Título Original: Inferno
Diretor: Ron Howard
Duração: 122 minutos
Baseado: “Inferno”, de Dan Brown
Estreia: 13 de outubro de 2016
Florença, Itália. Robert Langdon (Tom Hanks) desperta em um hospital, com um ferimento na cabeça provocado por um tiro de raspão. Bastante grogue, ele é tratado por Sienna Brooks (Felicity Jones), uma médica que o conheceu quando ainda era criança. Langdon não se lembra de absolutamente nada que lhe aconteceu nas últimas 48 horas, nem mesmo o porquê de estar em Florença. Subitamente, ele é atacado por uma mulher misteriosa e, com a ajuda de Sienna, escapa do local. Ela o leva até sua casa, onde trata de seu ferimento. Lá Langdon percebe que em seu paletó está um frasco lacrado, que apenas pode ser aberto com sua impressão digital. Nele, há um estranho artefato que dá início a uma busca incessante através do universo de Dante Alighieri, autor de "A Divina Comédia", de forma a que possa entender não apenas o que lhe aconteceu, mas também o porquê de ser perseguido.
Inferno era para mim o filme mais aguardado do ano, afinal, o autor da obra original, Dan Brown, não apenas encabeça a lista dos meus autores favoritos, como também o seu mais recente livro, lançado há três anos e meio, me surpreendeu positivamente. Depois de aguardar todo esse tempo por uma adaptação, Tom Hanks foi mais uma vez responsável por dar vida ao simbologista Robert Langdon e consequentemente estrelar mais um filme memorável.

Embora por motivos bem diferentes, Inferno seguirá o exemplo dos filmes anteriores, “O Código da Vinci” (2006) e “Anjos e Demônios” (2009), e também dificilmente será esquecido. Mas é preciso deixar claro desde o princípio que existiam duas maneiras de se ver o filme: como um leitor fanático por Dan Brown ou como alguém que senta na poltrona do cinema esperando um nível razoável de entretenimento.

Vai de cada pessoa escolher a melhor opção.
Embora contasse os dias pela oportunidade de assistir ao filme, sempre soube que dificilmente um livro com a grandeza de Inferno seria adaptado com maestria. Consciente de que nem tudo seriam flores, esperava que o filme pudesse agradar, senão aos leitores aficionados, ao menos os marinheiros de primeira viagem e que desconhecem a obra de um dos maiores escritores best-sellers da atualidade. E pelas conversas pós sessão, diria que isso realmente aconteceu.

É preciso ressaltar, por exemplo, que o longa-metragem não visa manter toda a essência de uma obra do criador de Robert Langdon, prova disso é que a importância de Dante Alighieri, tão significativa para o enredo do texto original, pode ser considerada um mero detalhe na adaptação cinematográfica. Apesar de continuar sendo muito importante para o contexto, não existe qualquer aprofundamento na obra do sumo poeta, o que não necessariamente faz falta para o entendimento geral.

Se por um lado não existe tal profundidade, por outro os responsáveis pela produção do filme optaram por dar um grande foco ao antagonista (Ben Foster) e esse foco, ao contrário das oportunidades anteriores, foi bem trabalhado e ao mesmo tempo com explicações plausíveis. Se particularmente esse antagonista não é o meu favorito, por ter uma base muito mais científica do que histórica, por outro tudo pareceu fazer mais sentido do que aparentava em um primeiro momento e em casos assim isso é muito positivo.

O que também não pode ser ignorado é a qualidade da direção de Ron Howard, uma verdadeira fera da sétima arte e que faz uma nova dobradinha perfeita com Brown-Hanks. Claro que os cenários sempre foram um dos pontos altos dos três filmes da trilogia Robert Langdon, porém dessa vez, além da beleza arquitetônica de Florença-Veneza-Istambul, Howard proporciona diversas sequências belíssimas e isso vale para todos os tipos de cenas, como flashbacks e ação, por exemplo.
Claro que Inferno peca em um ou outro momento pela existência de mistérios ralos e por consequência não causar tantas surpresas aos citados marinheiros de primeira viagem, mas relevando os erros que são inevitáveis em um tipo de adaptação como essa, incluindo a alteração no desfecho da história, fica claro que o longa é de encher os olhos e muito se deve a uma equipe de alto nível (isso porque não citei a belíssima Felicity Jones).

No fim, vai de cada um definir como prefere assistir. Se for um leitor de Dan Brown, e não se importar com as alterações exigidas por uma adaptação, corra ao cinema mais próximo e desfrute de um filme empolgante. No entanto, se você se importar… é melhor passar bem longe…

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