Ter dificuldades em dar nome a um conto, crônica, poema ou livro é uma dificuldade tão comum quanto o bloqueio criativo. Afinal de contas, o título de um livro é um cartão de visitas da obra, podendo ser enigmático como em “Cinquenta Tons de Cinza” ou direto tal qual em “A Vida Secreta dos Grandes Autores”.

Caso você tenha dificuldade em dar nome a um trabalho que esteja desenvolvendo, nomeie-o como algo como “sem nome” e passe aos seus amigos e leitores beta e peça sugestões de títulos. Lembrando que não é pelo fato de você pedir uma sugestão que vai acatar com qualquer palpite que derem: se recomendarem algum nome que você ache muito ruim, agradeça e recuse.

Por outro lado, se quiser resolver o problema sozinho, você pode tentar com algo como:

  • Nome do personagem principal, seja ele o narrador, quem será visto como protagonista ou até quem será peça chave de trama e atende pelo nome que soe como apelido (exs.: Branca de Neve e Os Sete Anões, Drácula, As Aventuras de Sherlock Holmes);
  • Raça do protagonista ou de um personagem importante (ex: O Hobbit, O Mulato). NOTA: tome cuidado para não ofender etnias;
  • Animal importante para a trama (exs.: O Gato Preto, Caninos Brancos);
  • Classe ou profissão do protagonista (exs.: A Cartomante, O Exorcista);
  • Grupo importante (exs.: A Sociedade do Anel, A Liga dos Cabeças Vermelhas);
  • Local em que se passe a narrativa ou seja de importância na trama (exs.: Vinte Mil Léguas Submarinas, O Vale do Terror);
  • Objeto de suma importância para a trama (exs.: Silmarillion, A Carta Roubada);
  • Algo que é dito dentro da trama (exs.: O Juízo Final, A Mão Esquerda de Deus);
  • Uma ação que será executada (exs.: Viagem ao Centro da Terra, A Volta ao Mundo em Oitenta Dias);
  • Combos: Alice no País das Maravilhas (nome + local); Harry Potter e A Pedra Filosofal (nome + objeto); O Conde de Monte Cristo (cargo + local).

Arriscar um nome pomposo (exs.: A Prisão do Olhar, O Cordeiro, Cem Anos de Solidão, Guerra e Paz) também é válido. Um título explosivo (exs.: O Pau, Memórias de Minhas Putas Tristes) também pode soar interessante.

O que não é indicado é o uso de qualquer língua estrangeira se o texto será em português. Você ser um odiador da língua falada no Brasil ou odiar o país. Mas quem vai ler o seu texto, em primeiro lugar, serão os brasileiros. Logo, ninguém é obrigado a entender o significado de nomes como Kagemusha, Blitzkrieg ou The Love and The Madness. Sem contar que um nome em outro idioma pode não ser muito bem entendido quando o texto é lido em voz alta: em meu primeiro conto publicado em uma antologia de tema livre, quis chamá-lo de "A Street Fighting Man" para fazer referência a uma música dos Rolling Stones da qual gosto. Infelizmente, muitas pessoas entendiam "Street Fighter" e a canção foi ignorada (eu era novo e não tinha orientação da organização. Paciência...).
Ah, se arrependimento matasse...
É isso, pessoal. Espero que tenham gostado das minhas dicas e não deixem de comentar sobre o que acharam.

Abraços a todos(as) e continuem escrevendo!

Sobre o Autor
Davi Paiva nasceu em São Paulo, Capital, em 1987. É graduado em Letras pela Universidade Cruzeiro do Sul. Participou de várias antologias da Andross, Terracota, CBJE, Navras, Literata, All Print, Aped e Darda Editora, sendo nesta última o organizador da antologia Poderes - Contos sobre Pessoas com Dons Extraordinários. Publica suas obras em diversos sites, entre eles o recantodasletras.com.br
Contato: davi_paiv@hotmail.com.

Deixe um comentário