8ª Confissão, James Patterson e Maxine Paetro, tradução de Carla Gouveia, 1ª edição, São Paulo-SP:
Arqueiro, 2013, 192 páginas.
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Dois crimes brutais obrigam as amigas do Clube das Mulheres Contra o Crime a iniciarem uma investigação em que as principais vítimas estão em lados opostos da sociedade. De um lado o casal Isa e Ethan Bailey, milionários que voltam para casa após uma apresentação musical e são surpreendidos por um assassino pronto para executar uma vingança e cometer um crime perfeito.

De outro lado, um morador de rua é assassinado e isso intriga a jornalista Cindy Thomas, que à sua maneira vai atrás de informações sobre o caso e acaba descobrindo que a morte desse morador de rua está ligada à uma rede criminosa. O maior problema nisso tudo é o alto preço que o Clube das Mulheres Contra o Crime, liderado por Lindsay Boxer, pode pagar por se envolver em casos tão complexos.
“Hernandez olhou para mim como se à espera de que eu acabasse com o pesadelo, mas eu já estava pensando naquele quebra-cabeça, me perguntando se, de fato, assumira algum tipo de história de Agatha Christie” (pág. 54).
Uma das características do escritor James Patterson que mais me agrada é a facilidade com que ele costuma prender à atenção por enredos até certo ponto consistentes. Pelo menos era isso o que pensava até a leitura de 8ª Confissão. Apesar de em um ou outro livro os exageros influenciarem negativamente, nenhum caso anterior pode ser comparado com o oitavo livro da série Clube das Mulheres Contra o Crime, obra que ficou bem aquém do esperado.

Diferente de todos os livros lidos anteriormente, mesmo aqueles em que o autor realmente não acertou a mão, 8ª Confissão demora muito para engrenar e quando isso parece estar prestes a acontecer, fica claro que Patterson e sua parceira Maxine Paetro não foram felizes no desenvolvimento da obra. E se isso não poderia acontecer é porque essa é sem a menor dúvida a melhor série do autor publicada no Brasil e a consequência é que a expectativa fica sempre nas alturas.

No entanto dessa vez as falhas foram em pontos cruciais. Por exemplo: embora a protagonista da série seja a sargento Lindsay Boxer, narradora em primeira pessoa, neste caso todas as personagens que compõem o Clube parecem estar em um momento importante, obrigando os autores a desenvolverem muitos capítulos também em terceira pessoa, antes dedicados quase que apenas aos antagonistas. No fim, isso acaba resultando em um número sem fim de informações, algumas desnecessárias, e o que realmente interessava acabou ficando em segundo plano.

Pior do que isso apenas o fato de nos capítulos protagonizados pela personagem supracitada a preocupação ser os seus sentimentos, algo que interessa para o desenvolvimento da mesma, porém não interessa absolutamente nada para o desenvolvimento da trama. Faltou um cuidado maior ao colocar na balança o que era ou não importante e essa é a maior explicação para ter demorado a ganhar o ritmo que estou acostumado em uma obra de James Patterson.

Outro grande problema é que o autor acabou pecando também em muitas cenas e nos próprios casos escolhidos para serem desenvolvidos. Tanto nos dois casos, como também nas situações problemáticas enfrentadas pelas personagens, a impressão que dá é que o autor viajou demais em suas escolhas, como se escrevesse qualquer coisa e sequer pensasse se isso poderia ou não fazer sentido no contexto geral. Está tão na cara que fica impossível deixar passar despercebido.

Embora não seja uma leitura ruim, assim como nunca achei nenhum livro do autor ruim, 8ª Confissão sai prejudicado por integrar uma série que sempre foi muito bem construída, com casos intrigantes, personagens inesquecíveis e um desenvolvimento que permitia se encantar por um grupo de amigas únicas. O meu único medo é que esse seja o prenúncio de que além das personagens do Clube das Mulheres Contra o Crime, a própria leitura de James Patterson acabe perdendo o encanto mais cedo ou mais tarde.
“Sentei-me no aparador barato, bem próximo de Conklin. O calor que emanava de meu parceiro me fez pensar nele e em Joe e me questionar, mais uma vez, por que cada um deles me atraía ao mesmo tempo que afetava meus sentimentos pelo outro” (pág. 105).

Um Comentário

  1. Olá Ricardo!
    Uma pena que achou este livro o pior da série. É ruim quando o autor acaba se perdendo um pouco, por isso que sou contra as séries serem muito grandes. Uma hora acaba estragando!
    Beijos!

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