O Meu Pé de Laranja Lima, José Mauro de Vasconcelos, São Paulo: Editora Melhoramentos, 2005, 190 pág.
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Publicado em 1968, “O Meu Pé de Laranja Lima” é considerado por alguns um clássico da literatura infanto-juvenil brasileira, foi escrito por José Mauro de Vasconcelos autor de outros títulos como Banana Brava (1942), Vazante (1951), Arara Vermelha (1953), O Menino Invisível (1979), entre outros. Entretanto, sua obra mais conhecida é O Meu Pé de Laranja Lima, publicada em toda a América Latina, Europa, Japão, Coréia, China, Turquia e Tailândia; inclusive esta obra já foi transportada para o teatro; para o cinema em 1970 sob a direção de Aurélio Teixeira; e para três telenovelas: uma exibida pela Rede Tupi em 1970, e as outras duas exibidas pela Rede Bandeirantes em 1980 e 1998.  José Mauro de Vasconcelos nasceu em 1920 na cidade de Bangu (RJ) e faleceu em 1984 (SP).
A obra conta a história de um garoto de cinco anos chamado Zezé, e como diz logo na primeira página livro: se trata de uma “História de um meninozinho que um dia descobriu a dor...”. Zezé pertence a uma família pobre, muito numerosa e de pai desempregado, é um menino muito travesso, mas também inteligente e imaginativo: é cheio de sonhos. Com suas travessuras Zezé sempre acabava apanhando e como todo mundo lhe dissesse que ele não prestava que era afilhado do diabo, etc., ele acabava acreditando e, para se refugiar da vida sofrida e cheia de carências sociais e afetivas, Zezé começou uma amizade imaginária com o pé de Laranja Lima, que ficava no quintal de sua casa, o qual batizou de Minguinho/Xururuca. Contudo, Zezé consegue fazer algumas amizades entre elas a de um português o qual ele chama carinhosamente de Portuga.
Na história de Zezé nos deparamos com vários momentos alegres, tristes e irônicos e, o que chama mais atenção é a postura de Zezé no decorrer da história: de um menino inocente e cheio de sonhos vai descobrindo na vida seus dissabores e constatando que viver é ir perdendo a inocência e os sonhos infantis, enfim, conhecendo a dor: “Agora sabia mesmo o que era a dor. Dor não era apanhar de desmaiar. Não era cortar o pé com caco de vidro e levar pontos na farmácia. Dor era aquilo, que doía o coração todinho, que a gente tinha que morrer com ela, sem poder contar para ninguém o segredo. Dor que dava desânimo nos braços, na cabeça, até na vontade de virar a cabeça no travesseiro” (p.169-170). E é assim que Zezé vai perdendo a inocência e deixando de ver as coisas como antes via.
Esta obra apresenta uma linguagem de fácil compreensão devido a simplicidade na colocação das palavras. Como o próprio autor dizia “O que atrai meu público deve ser a minha simplicidade, o que eu acho que seja simplicidade. Os meus personagens falam linguagem regional”. Tamanha é a beleza desta obra que fica aqui a indicação para a leitura, até porque brasileiro deve ler, também, brasileiro.

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Camila Márcia - Cearense, estudante de Letras, leitora e compradora compulsiva. Adora ler, escrever, internet e assistir a filmes. É a blogueira responsável pelos blogs Devaneios Fugazes e De Livro em Livro.