Assassinato na Casa do Pastor, Agatha Christie, Rio de Janeiro: Editora Record, 1987, 240 páginas.

Lançado originalmente sob o título The Murder at the Vicarage em 1930, o livro Assassinato na Casa do Pastor, da Dama do Crime, Agatha Christie (que dispensa comentários), é o primeiro onde temos como protagonista, a velhinha simpática Miss Marple, moradora do vilarejo de St. Mary Mead. Para quem já leu outros livros onde Marple é a personagem principal, percebe de imediato que aqui tem uma senhora diferente: fofoqueira, curiosa e atenta (apesar dessa ser uma característica que vive com Marple em todas as suas histórias) mas nem por isso menos querida por nós leitores.

A história é contada pelo pastor Leonard Clement, que no inicio tem a infelicidade de dizer que a pessoa que ousasse assassinar o coronel Luscius Photheroe, estaria fazendo um bem para o mundo. Tempos depois, o coronel Photheroe é encontrado morto e na casa de Clement. Então, entra em cena o médico Dr. Haydock, que para ajudar, ou confundir, confirma a hora da morte; o Inspetor Slack, que investiga, e claro, nossa querida Miss Marple, que como quem não quer nada, só observa o que acontece, para no final surpreender a todos com o assassino e o motivo do crime ter acontecido. Como o crime aconteceu em sua casa, o pastor se sente obrigado a estar por dentro de tudo o que acontece na investigação, e por isso é sempre um dos primeiros a descobrir as novidades. Logo no inicio, os que estão em busca da verdade se surpreendem com duas pessoas que se entregam, mas ainda assim, todos sabem que há algo a mais neste crime, e então a investigação continua até que o culpado é incriminado.

Temos uma narrativa envolvente, porém em muitos pontos cansativos, principalmente pela intenção de Christie em bagunçar a cabeça do leitor para que este não descubra a verdade. Os capítulos passam, e a convicção de quem é o assassino nos acompanha página por página, para chegar ao fim e saber que fomos enganados (se é que assim posso dizer) pela autora, e por que não também por Miss Marple, que em determinado momento diz: "- Oh! Certamente que sim. Vejamos - contou nos dedos - um, dois, três, quatro, cinco, seis... sim, possivelmente sete. Posso conta no mínimo sete pessoas que ficariam muito contentes em liquidar o Coronel Photheroe. (pág. 70)." Afinal, quem são os sete suspeitos? Como acontece em todos os de Christie, o final é surpreendente.

Por ser a primeira história que acontece em St. Mary Mead, neste livro conhecemos diversos pontos do vilarejo, bem como a rotina de seus moradores, que muitas vezes chegam a ser estranhas. Temos uma ótima, que inicia a Era Jane Marple com o pé direito, e prova a capacidade de Christie em criar uma história que muda de rumo em todo o momento. Não é o melhor, mas esse livro com certeza deve ser lido por todos que gostam de mistério e principalmente reviravoltas.

2 Comentários

  1. Sempre quis ler, ainda não o tenho em volume, mas apenas em e-book e acho tão cansativo ler no PC, que vou comprar o exemplar na primeira oportunidade para devorá-lo. rsrsrs
    Love Agatha Christie!!!! S2

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  2. Mila, tu não sabe o qe ta perdendo .. é muito bom o livro, apesar de tudo, alias, Agatha Christie é Agatha Christie né? *-*

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