Apesar de já ter lido algo sobre, foi só na primeira chamada da série norte-americana Lie To Me na Rede Globo, que o interesse pela mesma apareceu. Criado por Samuel Baum, a série investigativa Lie To Me foi transmitida pela FOX entre 21 de janeiro de 2011 a 31 de janeiro de 2011, totalizando 48 episódios divididos em 3 temporadas. O papel principal ficou com o ator britânico Tim Roth (de Rob Roy e O Incrível Hulk).
Logo no primeiro episódio conhecemos o Dr. Cal Lightman (Tim Roth), um psicólogo britânico especializado em micro expressões e fundador do The Lightman Group, que constantemente ajuda o FBI, e até mesmo pessoas comuns, a descobrirem a verdade através da especialidade de Lightman. O interesse de Lightman por esse teoria surgiu depois que sua mãe se suicidou, e desde então, se tornou um mestre nessa ciência. Cal é divorciado e divide a custódia de sua filha Emily (Hayley McFarland) com a ex-esposa Zoe Landau (Jennifer Beals). Zoe, uma advogada, em alguns casos ao longo da série, trabalha contra Lightman, mas sempre percebe que ainda precisa da ajuda do ex-marido. Pai e a filha adolescente são muito unidos, porém, por Cal ser muito protetor e ter muito ciúmes de Emily, ela toma atitudes muitas vezes apenas para irritar o pai, mas não é por ela ser infantil, e sim por ser filha de Cal Lightman. Justamente por isso, ela acaba aprendendo a leitura das micros expressões, e faz isso com o próprio pai. Impossível dizer que ela não é filha de Cal (quem assistiu entendeu o que eu quis dizer).
O The Lightman Group, além do fundador, tem também a sócia Dr. Gillian Foster (Kelli Williams), que no passado foi a psicóloga de Cal. É bastante experiente e tem características distintas de seu sócio, e isso acaba deixando-os muito próximos, com a relação de amizade e amor. Enquanto isso Eli Loker (Brendan Hines), que no inicio era um simples funcionário que ajudava nos vídeos que eram analisados, acaba se promovendo para vice-presidente do grupo e de certa forma tem a mesma relação de amizade e amor com Ria Torres (Monica Raymund), que no primeiro episódio era apenas uma funcionária de aeroporto, porém, ao perceber a qualidade de Ria, Cal a contrata para o grupo e passa a treina-la. Conforme os episódios vão passando, percebemos que Ria está cada vez mais parecida com as características de Cal e ao olha-la é como se víssemos o próprio Dr. Cal Lightman. Há também aqueles que não fazem parte do grupo, no entanto são personagens muito bem trabalhados e usados constantemente nas investigaçõse, como é o caso do agente do FBI Ben Reynolds (Mekhi Phifer) e a detetive Wallowski (Monique Gabriela Curnen).
Como disse anteriormente, a cada episódio um novo caso onde as quatro principais personagens precisam entrar para que com suas habilidades, ajude a solucionar os casos. Esses casos vão de sequestros, acidentes de trânsito e assassinatos, como também de heranças, problemas mentais e jogos. Sempre uma nova ação, e Cal precisando provar suas habilidades. Apesar de ser um especialista, ele também erra e precisa da ajuda de seus companheiros, fazendo com que o episódio ganhe algo a mais e ainda corre perigo de vida.
Apesar de ser um cientista renomado com milhares de livros vendidos, Cal Lightman é uma pessoa simples e seu jeito chega a ser cômico. Eu diria que é desajeitado, não se preocupando com a forma que as pessoas o veem. Anda, senta, se alimente de qualquer forma, até mesmo na presença de autoridades, e é capaz de interromper um julgamento, para expor suas teorias. Grita, ironiza e faz perguntas, sem medo de que isso ofenda as pessoas. Chega a ser irritante – não para quem assiste – a forma com que ele trata os assuntos mais delicados. Se faz de desentendido muitas vezes, mas no fundo é uma ótima pessoa e todos sabem disso. Cal Lightman é uma personagem impossível de se esquecer, como também as outras personagens da série, que possuem uma característica única.
A série é muito bem trabalhada, com ótimos episódios e soluções melhores ainda. Soluções essas sempre feitas através das micros expressões que seres humanos de todo o mundo têm. Há referência a muitos acontecimentos, principalmente o uso de fotos de pessoas famosas com micro expressões, para mostrar que todos fazem os mesmos gestos quando estão envergonhados, com ódio, felizes, enfim. Usar a Rainha Elizabeth, Presidente George W. Bush, entre outras personalidades, foi algo muito bem bolado.
Confesso que depois que comecei a assistir Lie To Me – não apenas na Rede Globo – passo a observar as pessoas que conversando, tentando descobrir o que elas estão sentindo naquele momento. É como se fosse algo impulsionado pelas atitudes de Cal Lightman. É como se por assistir a série, pudesse virar um especialista no assunto. Depois de 48 episódios, ver alguém tocando a orelha quando está falando algo, ou ainda ver alguém olhando para baixo, é saber que estão mentindo ou envergonhado por algo.
Os atores e atrizes, desde Tim Roth que fez muito bem o papel de cientista digno de receber esse status, como também Kelli Williams, que teve a calma característica de uma brilhante psicóloga. O grande destaque, acredito eu, ser Monica Raymund, que evoluiu de forma considerável ao longo da série, passando de uma funcionária ainda não se sentindo bem no que faz, para alguém que entra de cabeça nas mais diversas aventuras que for preciso. A jovem atriz Hayley McFarland também pode ser um destaque, apesar de aparecer em poucos episódios. Sua personagem é idêntica ao pai, e ela faz um papel que eu diria ser difícil, mas se sai muito bem. A atriz de apenas 20 anos tem um futuro brilhante pela frente, não tenho dúvidas.
Apesar do brilhantismo que Lie To Me possui, a série que na primeira temporada atingiu a 29ª posição, caiu consideravelmente nas temporadas seguinte, indo para 57ª na 2ª e 78ª na última. Devido a isso, a FOX cancelou a série, o que é uma pena, por que sem dúvidas é uma das melhores séries produzidas entre 2009 e 2011. Acredito que há muitas histórias entre as personagens principais que poderiam ser exploradas se houvessem outras temporadas, e também, respostas que não foram dadas em apenas 48 episódios. Talvez Lie Toe Me jamais volte a ser produzido, porém a minha torcida será grande para que outra emissora norte-americana adquira os direitos para que assim voltemos a ter essa sensacional série, que desagrada a muitos, entretanto, agrada a grande maioria. É recomendado para todos que gostam de uma ciência que pode ser estranha, mas que ajuda e muito nas investigações.

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