Enfim dezembro, e 2011 aos poucos vai
chegando ao fim. Ano que pelo menos para o blog acredito tenha sido bem interessante,
com muitos posts, parcerias firmadas e entrevistas. Devido ao grande número de
entrevistas que desejo fazer ao blog, e para fazer mais do que um entrevista
mensal, resolvi que para este mês teremos uma entrevista por semana, e para
começar este mês, uma autora que fechamos parceria recentemente e que escreveu
uma ótima história: Iracy Araújo.
Na entrevista abaixo, a autora conta um
pouco sobre seu livro, As Crônicas da Terra do Lago; como foi a publicação; suas
inspirações e um pouco sobre a continuação dessa série. Aqueles que ainda não
leram o livro, e quiserem ler a resenha que saiu aqui no blog, basta clicar
aqui. Abaixo as perguntas que fiz a autora e que ela gentilmente nos respondeu.
Desde já obrigado pela disposição Iracy. Espero que gostem e não deixem de comentar.
OverShock
- Olá Iracy, tudo bem? Quero dizer que é um prazer poder entrevista-la e espero
que as perguntas a seguir possam ajudar na divulgação de seu trabalho, bem como
tirar as duvidas que alguns leitores possam ter antes, ou até mesmo depois, de
ler seu livro, As Crônicas da Terra do Lago. Para começar o nosso papo, conte
um pouco para os Overshoquenses sobre quem é Iracy Araújo longe das páginas de
seu livro e como você divide seu tempo para a realização de todos os seus
trabalhos.
Iracy
Araújo - Oi, tudo bom. É ótimo poder falar um pouco com vocês. Eu sou
pernambucana e moro em Recife desde criança com minha família. Sou médica
pediatra e trabalho na Universidade de Pernambuco (no hospital universitário),
mas também gosto de escrever poesias (eu as publico no meu blog) e contos e
tento dividir meu tempo entre o trabalho e a literatura
OverShock
- As Crônicas da Terra do Lago é sua primeira publicação do gênero fantasia.
Como foi o trabalho de escrita, publicação e divulgação da sua obra?
Iracy
- Tenho alguns textos publicados em quatro livros de medicina, mas a literatura
é completamente diferente. Primeiro que quando escrevemos fantasia podemos
entrar em outro mundo, com personagens fantásticos que nos levam a lugares
mágicos e eu sempre gostei muito de contos de fadas com castelos e princesas.
Então há alguns anos atrás criei a princesa Diana e o enredo da Terra do Lago,
só demorei um pouco para colocar no papel (na verdade foram anos até que eu me
animasse a escrever a história que já tinha criado). Quando os capítulos foram
ficando prontos comecei a mostra para familiares e amigos e aí resolvi
publicar. Mandei o original para a editora Novo Século que o aprovou e agora
estou na fase de divulgação da obra, principalmente na Internet no que vocês
estão me ajudando muito.
O reino, acostumado com a paz, não possuía um grande exército. Seu povo era pacato assim como seu monarca e não perceberam a ameaça que se formava aos leste e, como uma nuvem negra, avançava sobre eles.
OverShock
- Quando você decidiu que queria escrever um livro e porque tomou essa decisão?
Iracy
- Já tinha a história na cabeça, mas não conseguia criar coragem para começar a
escrever até que um dia fui para o computador e escrevi o nascimento da
princesa Diana, me emocionei tanto quando a cena ficou pronta que cheguei a
chorar. A partir daí ficou fácil
escrever e quando ficou pronto decidi publicá-lo.
OverShock
- Ao terminar seu primeiro livro, o que você acha mais difícil: ter a ideia ou
coloca-la em prática? Escrever o começou, meio ou final?
Iracy
- Eu acho que o mais difícil é ter a idéia. Quando você fala um texto médico
por exemplo, existem coisas que já se falavam desde anos ou séculos atrás, você
vai escrevendo e se fundamentando na ciência médica. Já um livro de fantasia ou
outro gênero, o autor tem que criar personagens e a trama do livro e a partir
daí desenvolvê-la então eu considero essa parte inicial a mais importante. E eu
sei o começo e o final da história então para mim fazer o meio também é o mais
difícil, você tem que chegar ao seu objetivo de forma coerente para que o
enredo não perca o sentido.
Isso era tudo o que podia fazer por sua filha naquele momento, pois sabia que ambos morreriam se ficasse com ela.
OverShock
- A capa de seu livro é uma das melhores entre os lançados na época, e faz todo
o sentido com sua obra, mas você participou da criação dessa capa? Como foi a
escolha de todos os detalhes?
Iracy
- Eu acho essa capa belíssima e sempre fico feliz quando falam dela. Bom, a
capa das crônicas foi criada pelos desenhistas da Editora Novo Século a partir
de um resumo do livro que mandei para eles, ressaltando os fatos importantes da
história. Então eles desenharam o símbolo real (a espada com o lírio
entrelaçado) e mostra também as luas com destaque (a lua é o símbolo da
Sociedade da Floresta) e ao fundo vemos a cidadela de pedra de Esferal. Ao todo
foram criadas quatro capas com gravuras distintas, mas esta que escolhi era a
mais bela delas, realmente os desenhistas da Novo Século foram fantásticos.
OverShock
- Em sua história, conhecemos um reino que é invadido e o primeiro-ministro
recebe a missão de cuidar da princesa para que um dia ela pudesse continuar o
reino existente até então. Quando surgiu essa ideia? Houve inspiração em alguma
outra obra?
Iracy
- Criei a historia como um conto de fadas e nela a princesinha era salva pelo
melhor amigo do pai e acolhida por sua família que criava a menina. Faz cerca
de seis anos que comecei a escrever, mas esta história está em minha mente há
muito mais tempo. Na verdade sempre gostei desse tipo de aventura tipo capa e
espada e acabei criando minha própria história.
Com o tempo e com os cuidados de Madeleine, as feridas foram cicatrizando, as do corpo e a da alma, e ela estava pronta para iniciar seu treinamento.
OverShock
- Por falar em inspiração, quais são os livros e autores que lhe inspiram na
criação de seus trabalhos?
Iracy
- Eu leio quase tudo, só não gosto muito de literatura de terror (também não
gosto de filme de terror), mas meus autores preferidos são os que escrevem
fantasia tipo Marion Zimmer Bradley e Tolkien, agora gosto muito também de Jane
Austin, PC Cast, Paulo Coelho, Machado de Assis, Castro Alves e muitos outros.
OverShock
- Apesar de ter um número pequeno de personagens, há algum que você tenha um
carinho maior? Mesmo sendo todas criadas por você mesma, há algum que você não
goste por algum motivo em especial?
Iracy
- Gosto da maioria dos meus personagens, mas não tenho como negar que minha
personagem preferida é a Selene com toda a sua força e ao mesmo tempo sua
insegurança, outra que tenho muito carinho também é a governanta Madeleine com
toda a bondade que ela emana (sempre penso nela como aquela avó que sempre tem
um biscoito para gente, mas que também tem sempre um band aid para quando
caímos e machucarmos o joelho). Não gosto de Magnus pela maldade que ele
carrega, apesar dele ser um personagem fundamental para o livro, mas por sua
própria personalidade sombria ele acaba se tornando cada vez mais perverso no
decorrer do livro.
Ao menos a tensão entre eles foi dissipada. Voltaram juntos ao acampamento e, após reunirem a pequena tropa, partiram em direção às cordilheiras.
OverShock
- Qual foi a parte da história mais difícil de escrever? E qual lhe emocionou
mais?
Iracy
- O mais difícil foi começar a história, quando terminei o nascimento da
princesa ficou bem mais fácil continuar. A parte que mais me emocionou foi a
morte de Quiron, pensei muito em meu pai naquele dia e a saudade dele “bateu
forte dentro de mim”, eu não estava no hospital quando ele morreu e realmente
eu gostaria de ter me despedido, mas a nossa medicina moderna não permite mais
essas coisas na maioria dos casos
OverShock
- Seu livro, As Crônicas da Terra do Lago, terá uma continuação, certo? O que
você pode nos adiantar sobre os próximos livros da série?
Iracy
- O Castelo da Floresta está quase pronto e deve ser lançado no próximo ano,
nele nós veremos a fase de adolescência da princesa Diana e o término do
treinamento de magia de Selene. Já o terceiro livro ainda não tem um prazo para
ser lançado e contará a luta para libertação da Terra do Lago.
A escuridão da noite caiu rapidamente sobre eles e, embora se apressassem, tiveram que trilhar os últimos metros da subida no escuro, com o cuidado redobrado para não caírem no vazio.
OverShock
- Você acredita que este livro abriu as portas para a sua carreira de
escritora?
Iracy
- O livro tem sido muito bem aceito e sei que não quero parar de escrever,
agora não posso dizer que algum dia serei apenas escritora. “O futuro é um
livro de paginas em branco para que possamos escrever”.
OverShock
- Além de trabalhar na Universidade de Pernambuco, você também escreve poesias
desde a adolescência, mas o que você prefere: as poesias ou os romances.
Iracy
- Trabalho como médica na UTI Pediátrica do Hospital Universitário e minha
profissão exige muito do meu tempo, mas eu tento deixar um espaço reservado
para escrever. Gosto de escrever poesia tanto quanto gosto dos contos, mas são
estilos diferentes e os faço em situações diferentes. Para fazer poesia eu
preciso de inspiração então as vezes passo meses sem conseguir escrever um
verso até que a inspiração chega e faço um poema (ou dois, três ...), gosto de
romance, mas eu prefiro escrever poesia.
OverShock
- Bom Iracy, agradeço pelo espaço e espero que você tenha gostado de responder
as minhas perguntas. Antes de terminar, deixe suas últimas palavras aos nossos
leitores, deixando também um conselho aos novos leitores que pretendem um dia
ter seus textos publicados. Um abraço e novamente obrigado.
Iracy
- Obrigada pelo carinho. O que eu posso dizer a vocês é leiam, cantem, declamem
poesia, espalhem cultura no mundo. E assim com certeza teremos um local melhor
para morar. E se vocês quiserem escrever então não tenham medo, insistam, se receberem
um não tente novamente. Um grande abraço a todos. Iracy