Segunda-feira, 13 de outubro de 2008. Lindemberg Fernandes Alves invade a residência de sua ex-namorada, Eloá Cristina Pimentel – de apenas 15 anos – e um pesadelo que chocaria o país teve inicio. Sexta-feira, 18 de outubro de 2008. Cem horas após o inicio de tudo, a polícia invade o apartamento e por infelicidade do destino, Eloá é baleada na cabeça e na virilha e vem a falecer no dia seguinte. A morte da jovem entristeceu o país, que a partir de então, só queria que a justiça fosse feita. E de maneira exemplar, após mais de três anos, o desejo da população enfim se realizou.
No inicio da última semana, o Brasil voltou a se focar no caso Eloá, dessa vez esperando pelo desfecho dessa história. Durante quatro dias, Lindemberg foi julgado no Fórum de Santo André, no ABC Paulista – cidade onde tudo aconteceu – e como todos queriam, e já esperavam, o réu confesso do assassinato de Eloá foi condenado a pena máxima: 98 anos e 10 meses de prisão, além de 1320 dias-multa.
O julgamento teve inicio na segunda-feira (13), quando as pessoas que iriam decidir o futuro da Lindemberg foram escolhidas entre o público presente no fórum: seis homens e uma mulher tiveram essa responsabilidade. Ainda no primeiro dia, vídeos sobre o caso foram exibidos para que esses jurados começassem a construir suas opiniões.
Após os vídeos, teve inicio os depoimentos de pessoas envolvidas no caso. A primeira a falar foi Nayara Rodrigues, amiga de Eloá e que foi mantida refém durante grande parte do tempo. Ela contou sobre o relacionamento conturbado da jovem assassinada e seu ex-namorado: “Ele achava que eu influenciava negativamente a Eloá. Ele achava que ela tinha terminado o namoro por minha causa. Ele me odiava e odiava minha mãe”. Ela relatou ainda como foram os dias que passaram presas no apartamento da família de Eloá: “Ele batia nela o tempo todo dentro da casa, não largava a arma”.
Outras pessoas prestaram depoimento, entre elas Victor Campos e Iago Vilera, amigos de Eloá e que também foram mantidos reféns, apesar de que por poucas horas. Só então Lindemberg falou pela primeira vez desde que assassinou sua ex-namorada. Ele pediu desculpas pelo o ocorrido e contou que foi surpreendido ao chegar à casa de Eloá e encontra-la com os amigos. Ele também afirmou que pediu para os amigos se retirarem, o que eles não aceitaram. Sua intenção era retirar a acusação de cinco cárceres privados e provar de que não foi um crime premeditado.
Mas de nada adiantou. Após os quatro dias de julgamento, a experiente juíza Milena Dias determinou a pena que Lindemberg – acusado e condenado por 12 crimes – deverá cumprir, para alívio de todos, principalmente dos familiares e amigos da vítima.
O julgamento mais esperado dos últimos anos foi marcado por emoção, apelação e ansiedade, onde sobressaiu a vontade da maioria, e agora, o Presídio de Tremembé será o local onde o assassino ficará pelos próximos anos.