Foto: Ricardo Rafael/ O Popular
Em uma das semanas mais importantes do ano para os cristãos, pessoas do mundo inteiro celebraram os últimos passos de Jesus com orações, mensagens e momentos de reflexão. Em cada canto do mundo, com todo tipo de costume, as pessoas reservaram essa semana para plantar o bem, independente de crenças e religiões.
Na quinta-feira (05), na Basílica de São João de Latrão, em Roma, o Papa Bento XVI presidiu a Missa do Lava-pés, celebração que dá inicio ao Tríduo Pascal e tem como um dos pontos altos o lava-pés, gesto que teria sido feito por Jesus antes da última ceia. O Papa, em sua homília, destacou a importância desse dia: “Quinta-feira Santa não é apenas o dia da instituição da Santíssima Eucaristia, cujo esplendor se estende sem dúvida sobre tudo o mais, tudo atraindo, por assim dizer, para dentro dela. Faz parte da Quinta-feira Santa também a noite escura do Monte das Oliveiras, nela Se embrenhando Jesus com os seus discípulos; faz parte dela a solidão e o abandono vivido por Jesus, que, rezando, vai ao encontro da escuridão da morte; faz parte dela a traição de Judas e a prisão de Jesus, bem como a negação de Pedro; e ainda a acusação diante do Sinédrio e a entrega aos pagãos, a Pilatos”.
O Papa Bento XVI, como acontece anualmente, também participou da Via-Sacra em Roma – quando católicos refazem o trajeto de Jesus até o Calvário, rezando e refletindo sobre temas importantes -, onde tem como cenário o Coliseu. Com textos escritos pelo casal Danilo e Anna Maria Zanzucchi, os fiéis que acompanharam o Papa tiveram mensagens sobre a família, em especial sobre o divórcio, a infidelidade e o aborto. Em uma de suas falas, Bento XVI disse que "os desvios humanos, os erros, e também a crise econômica, põem à prova a família, a sua unidade e sua integridade”.
Na Terra Santa, cristãos de várias partes do mundo, inclusive do Brasil, se reuniram para celebrar a Paixão, Morte e Ressureição de Jesus. Como parte da tradição, judeus fizeram fogueiras para queimar alimentos à base de fermento, que são proibidos no Pessach, a Páscoa judaica. Enquanto isso, os demais cristãos percorreram o possível último caminho de Jesus. Nessa procissão, muitos carregam cruzes até a basílica do Santo Sepulcro, lugar onde os cristãos acreditam que ocorreu a crucificação de Cristo.
Já no Brasil, entre tantos rituais comuns nessa época, aconteceu mais uma apresentação da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, no agreste pernambucano. Contando com nove palcos e 550 atores e figurantes, a peça reúne cerca de 15 mil pessoas em cada apresentação e já é uma referência no Brasil todo.
Outra tradição no Brasil é a Procissão do Fogaréu, que teve inicio há mais de dois séculos na cidade de Goiás-GO. Nessa cerimônia, à meia-noite na Quarta-feira Santa, as luzes da cidade são apagadas e 40 homens encapuzados e com tochas nas mãos, dão inicio ao espetáculo que retrata a perseguição e prisão de Jesus pelos soldados de Pilatos. Esse ritual acontece em outras cidades do país.
Independente de crenças, a Páscoa é um momento de renovação e de pensar também no próximo, seja com orações ou também com os demais símbolos pascais. Seja você cristão ou não, desejamos uma Feliz Páscoa, rica de paz, chocolate e reflexão.