- O Telefonema -

Às vezes você custa dormir quando tem pesadelos, mas logo o medo passa e você adormece, mas quando você sonha com coisas maravilhosas, e fica recordando todas as maravilhas pelas quais passou o sono não vem.

No dia seguinte, o sol já estava alto quando Joana entrou de supetão no quarto de Alice, tinha um sorriso nos lábios.

Joana acordou a prima e começou a contar tudo o que estava sentindo por André, mas desanimada concluiu:

_ Talvez ele não goste de mim já que passou a noite querendo colher informações ao seu respeito, mas eu gosto tanto dele.

Alice sentou-se na cama, encarando a prima disse:

_ André não é o único homem nesta terra Jô, você pode muito bem se apaixonar por outra pessoa.

As duas conversaram sobre os assuntos da festa e também sobre Eduardo, Alice queria saber quem ele era, como se comportava, tudo.

Geralmente, nos contos de fadas, a princesa beija um sapo e ele vira um lindo príncipe, mas Eduardo era um príncipe, será que ele se tornaria um sapo? Ora, Alice não tinha grandes expectativas, já que reconhecia que sua vida não era um conto de fadas, mas sim, uma história de terror, onde ela sofria tudo sozinha e tinha que conviver com o fantasma da solidão e da angústia de ter perdido os pais. Era uma garota carente e não queria em hipótese alguma deixar que sua felicidade ou até mesmo seu futuro fosse depositado nas mãos de alguém que não lhe valorizasse.

Joana continuava falando enquanto Alice curtia seus devaneios a respeito de Eduardo: Não era possível que ela estivesse se apaixonando, era? Amor a primeira vista?

Como a vida de Alice não era constituída de muitos sonhos, ela não acreditava em amor a primeira vista, no entanto, achava ser possível as pessoas sentirem um sentimento forte, mas nada referente a amor. Amor para ela era algo que se aprendia a ter com o tempo e a convivência, assim, Alice achava que os sonhos eram maneiras de fugir da realidade por medo de vivê-la intensamente.

_ Alice, estou sentindo que falo com as paredes... _ gritou Joana _ em que você está pensando hein?

Alice arregalou seus olhos e desculpando-se disse:

_ Jô, não sei o que está acontecendo, passei a noite pensando em Eduardo.

_ Claro! Logo ele é tão legal _ respondeu Joana.

Neste momento ouviu-se uma batida na porta do quarto, em seguida Laura entrou dizendo:

_ Alice você tem um telefonema.

Alice assustou-se:

_ Para mim? Mas quase nunca recebo telefonemas...

Laura irritou-se e disse rudemente:

_ Vá logo atender e deixe de conversa.

Alice pulou da cama humildemente e correu para o telefone.

_ Alô? Alice falando, quem é?

_ Oi Alice, é o André. Eu estive pensando em você e como te achei muito interessante, resolvi ligar para convidá-la para sairmos hoje, que acha?

Alice ficou com as faces coradas. Será que aquele garoto não percebia que sua prima gostava dele? Que falta de respeito ele fazer uma proposta dessas sabendo que ela jamais trairia sua prima.

_ Primeiramente André, acho um absurdo você me convidar para sairmos e depois é impossível eu me encontrar com você, porque não costumo ter encontros _ e desligou o telefone.

Joana já aparecia em sua frente e perguntou:

_ Quem era?

Alice abaixou a cabeça.

_ André? _ perguntou Joana _ ele sempre costuma fazer isso quando esta interessando por alguém.

_ Mas Jô, eu não estou interessada nele _ revidou Alice _ e acho que você deveria procurar alguém mais descente. Ele não lhe valoriza.

_ Talvez eu goste de sofrer... _respondeu secamente Joana.

_ Ninguém gosta de sofrer Jô, mas se for sofrer, que sofra por um bom motivo e não por causa de um garoto imaturo. Você quer sofrer por tão pouco!

Alice virou as costas e foi para seu quarto. Era impossível crer que Joana sofreria por um garoto que não a queria. Alice ainda não conhecia o amor.


Capítulo 1

A Autora
Camila Márcia V. Ferreira nasceu em Fortaleza (CE), atualmente reside em Bela Cruz, interior do estado, faz faculdade de Letras pela Universaidade Estadu Vale do Acaraú (UVA) e é a Bloggeira de Devaneios Fugazes.
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E-mail: kmylla_m@hotmail.com
Twitter: @camila_marcia

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