Ninguém pode apagar da memória um grande amor


A Hospedeira, Stephenie Meyer, Rio de Janeiro: Intrínseca, 2009, (tradução de Renato Aguiar), 560 pág.

A Hospedeira (The Host) foi lançado em 6 de maio de 2008, sua autora é Stephenie Meyer, conhecida por ser a criadora da saga Twilight com os livros: Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse, Amanhecer. Meyer já ganhou muitos prêmios por seus livros e é considerada uma das escritoras mais promissoras da atualidade.
Nesta obra de ficção científica Meyer aborda uma superinvasão alienígena, onde o mundo foi tomado por esses seres vindos de outros planetas, eles são como parasitas, tomam os corpos das pessoas, que se tornam seus hospedeiros, e apagam suas mentes. Neste ínterim, apesar de a maioria das pessoas terem sido capturadas e, conseqüentemente, se tornado hospedeiras, existem paralelamente grupos de seres humanos resistentes, ou seja, que conseguiram fugir e se esconder.
Entre o grupo de resistentes estava Melanie Stryder, mas ela foi pegue ao tentar escapar da investida dos Buscadores. A alma que foi posta em seu corpo é Peregrina. Toda via Melanie se recusa a deixar-se sucumbir, deixar sua memória ser possuída e Peregrina fica perturbada com esse fato. Como pode uma alma tão experiente como ela não conseguir domar sua hospedeira? Peregrina começa a ter acesso a memória de Melanie, mas não completamente há paredões que lhe impedem de ver. Porém ela sabe da existência de Jamie e Jared e reconhece que Melanie os ama. Peregrina começa a se envolver com essas memórias tão arrebatadoras, assim, ela começa a se importar com os dois, a querer estar perto deles, quer salvá-los e saber se eles estão bem. Melanie desbloqueia suas memórias a fim de que Peregrina as leve onde Jared e Jamie se encontram.
Após o reencontro a vida de Peregrina não será mais a mesma, todos os resistentes são aversivos aos alienígenas, mas eles decidem deixá-la viva. Conflitos externos com os resistentes e internos com Melanie assolam sobre Peregrina, pois ela também estava apaixonada por Jared e Melanie tinha demasiado ciúme dele: ”Você, também, está apaixonada por ele separadamente de mim. O sentimento é diferente da maneira como eu sinto. Outro. Eu não percebi até ele estar lá conosco, até você ver Jared pela primeira vez. Como isso aconteceu?" (p.130). É dessa forma que o triângulo amoroso com apenas dois corpos se inicia.
Peregrina acaba se apaixonando por Jared a partir das memórias que Melanie havia lhe fornecido. Sentimentos conflitantes, mas Peg sabia que esse amor era impossível, pois se se concretizasse estaria magoando Melanie: “Eu não me senti segura. Amar Jared fazia eu me sentir menos segura que qualquer outra coisa em que eu pudesse pensar" (p.266).
Este livro de ficção científica surpreende e para quem gosta deste gênero entremeado por amores e fortes sentimentos esse livro é mais que indicado, pois retrata uma história ímpar não só por tratar-se de fenômenos alienígenas, mas também trabalhar a percepção do ser humano, é o amor humano expelido em palavras, é a devoção, o comportamento e a essência de um sentimento que a espécie humana carrega. Como a própria Stephenie coloca “É um livro de ficção científica que não parece ficção científica – é sobre um triângulo amoroso com apenas dois corpos. O que mais gostei neste livro foi explorar o amor de ângulos tão diferentes. O amor pela comunidade, pelo próprio ‘eu’, pela família -  o amor romântico e o amor platônico.
Minhas considerações pessoais é que o livro desenvolve uma história surpreendente, e apesar de o começo ser um pouco complexo e assim, nos fazer crer que seria apenas um livro maçante, com a evolução da leitura nos prendemos em cada palavra. Dessa forma, o livro torna-se uma criança e o leitor o bicho-papão que devora cada página com arroubo. Ao findar a leitura um pedido suplicante de quero mais para a continuidade da saga é latente, portanto, vale a pena conferir essa nova versão de dominação alienígena. Boa Leitura!


[por: Camila Márcia]

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