Florence e Giles
A Menina que não sabia ler, John Harding, São Paulo: Leya, 2010, 282 pág.(tradução de Elvira Serapicos)
Esta obra de John Harding tem como título original “Florence and Giles”, no entanto, no Brasil ela é publicada com o título “A Menina que não sabia ler”, ao que tudo indica esse título é uma tentativa de fazer as pessoas o associarem ao livro “A menina que roubava livros”, ou seja, um marketing de venda.
A história se passa em 1891, na Nova Inglaterra, tem como cenário principal a velha e isolada mansão Blithe. Nessa mansão vive Florence, uma garota de 12 anos; Giles, seu irmão mais novo; e os criados. Após a morte dos pais Florence e Giles ficam sob a responsabilidade do tio, que negligentemente os deixa em Blithe com os empregados.
Mesmo sem estar presente o tio deixa regras bem claras proibindo Florence de aprender a ler e escrever, aparentemente ele era contra a educação das mulheres. Até então Florence não tinha despertado interesse para a leitura até o dia em que descobriu uma biblioteca abandonada contendo um vasto acervo literário: "A brincadeira foi logo esquecida; fui de prateleira em prateleira, pegando um livro atrás do outro, espirrando com a poeira ao abrir cada um deles. É claro que eu não sabia ler, mas por algum motivo isso me deixava ainda mais maravilhada, todos os milhares – acho que milhões – de linhas codificadas com impressão indecifrável."(p.15).
Para completar as ordens deixadas pelo tio, Giles tinha que estudar, mas este não se acostumou na escola e foi mandado para casa onde passaria a ter uma preceptora, no entanto a primeira faleceu e a segunda era uma mulher misteriosa.
A história é narrada pela própria Florence e por isso ficamos diante dos fatos apresentados pela perspectiva da mesma, ou seja, nos deparamos com os medos, inseguranças e imaginação de Florence. Em toda a história observa-se uma atmosfera sombria, não só pelo medo de Florence ser descoberta na biblioteca, mas por ocorrerem fatos estranhos na mansão Blithe. Fatos estes que envolviam a nova preceptora.
Na obra é perceptível a linguagem fácil e carismática e posso até arriscar dizer que uma vez inicianda a leitura desta obra, a pessoa se enche de curiosidade e não é capaz de abandonar o livro, pois o suspense que envolve cada página consegue prender e despertar a curiosidade e o interesse do leitor.
Ademais, o final da história é surpreendente, inesperado, enfim, um tanto quanto imprevisível. Entretanto ao findar o livro percebemos que alguns pontos não foram totalmente explicados e/ou resolvidos, assim sendo, muitos questionamentos surgem e resta-nos, portanto, usar a imaginação e tentar resolvê-los. Alguns dos questionamentos são: Porque o tio de Florence e Giles não gostava e nem visitava os sobrinhos? Porque ele mudou todos os empregados da casa? Porque as fotos da mãe de Giles estavam todas cortadas? Quem era realmente a nova preceptora? Etc.
Contudo, é importante ressaltar que se o leitor busca uma história um tanto quanto romântica o livro não é indicado, pois se frustrará ao não encontrar o que procura. Mas se o leitor busca um livro com suspense, mistério, fantasia e sobrenatural, “A menina que não sabia ler” é super indicado!
[por: Camila Márcia]
ResponderExcluirOi adorei.. muito obrigado, depois de ter lido sua resenha...me interessei pelo livro....mas vc já leu o livro reverso ... se trata de um livro arrebatador...ele coloca em cheque os maiores dogmas religiosos de todos os tempos.....e ainda inverte de forma brutal as teorias cientificas usando dilemas fantásticos; Além de revelar verdades sobre Jesus jamais mencionados na história.....acesse o link ..
www.buqui.com.br/ebook/reverso-604408.html