Quando vi os animes da temporada de verão, logo me interessei por Blood-C. Esse nome era familiar, mas demorei a se lembrar de que entre 2005 e 2006 existiu o anime Blood+. O anime atual, que foi transmitido entre 8 de julho a 30 de setembro, também faz parte dessa franquia, porém é baseado no mangá escrito por Ranmaru Kotone e publicado desde 26 de maio pela revista Monthly Shōnen Ace. Dirigido por Tsutomu Mizushima, este anime contou com 12 episódios e o tema de abertura é a canção Spiral, de Dustz, enquanto o encerramento é a canção Junketsu Paradox, de Nana Mizuki.
Logo no episódio piloto, conhecemos Saya Kisaragi, uma colegial que tinha tudo para ser uma garota comum, entretanto, apesar de seu jeito meigo e desajeitado, possui uma missão mais do que especial e perigosa. Saya vive com seu pai, Tadayoshi Kisaragi, e com ele aprende a arte da espada, a partir de então, tem o objetivo de defender todos de sua pacata cidade, das criaturas chamadas “Crianças Anciãs”. Começa então uma verdadeira guerra, onde Saya é a principal responsável para que o bem se sobressaia e vidas sejam salvas.
Se você ainda não assistiu o piloto de Blood-C, aconselho a dar uma chance ao episódio inteiro, isso porque este primeiro episódio pode ser cansativo e ficar longe do que ainda está por vir em Blood-C. Em meio a conversas “baratas”, cantarolarem e simplicidade, conhecemos aos poucos a personalidade de Saya quando ela está longe das espadas. Isso só muda nos minutos finais, quando após receber a espada de seu pai, a garota enfrenta a primeira Criança Anciã. Mas não pense que você vai encontrar todo o sangue que encontraremos nos demais episódios.
Essa enrolação também ocorre nos demais episódios, principalmente na primeira metade do anime. Apenas na parte final que a aventura finalmente acontece. Antes disso, como já foi dito, o anime retrata a vida familiar, pessoal e também escolar de Saya. Conhecemos seus amigos, seus gostos, seus desejos, suas angústias e claro, tudo que envolve as Crianças Anciãs, afinal, elas também fazem parte da história.
Ainda assim, o enredo de Blood-C chega a ser deplorável tamanha a existência de buracos, de fatos inexplicáveis e até mesmo sem sentido. Quando o que acontece são apenas conversas, o anime é tedioso e infelizmente isso não acontece em um ou dois episódios e sim, na maioria das vezes.
Quando toda a aventura se inicia, passamos a ter muito sangue, golpes intensos, revelações surpreendentes, perguntas que martelam na cabeça da personagem, e nossa é claro, e principalmente, uma superação da personagem principal, que a cada episódio aprende mais sobre tudo o que está lhe acontecendo. O que salva o anime de ser um fracasso, são essas cenas de muita ação e sangue, que é o essencial em algo que possui este nome.
O que poderia ajudar para que o sucesso fosse maior, seriam os personagens e a trilha sonora, mas as personagens conseguem ser irritantes na maior parte do tempo. Um desses personagens é Fumito Nanahara, dono do café Guimauve e que é um antigo amigo do pai de Saya. Acredito que nos últimos tempos, não havia me irritado com a fala mansa de uma personagem, como me irritei com Fumito (que as garotas me perdoem rs). As gêmeas Nono e Nene também não ficam longe, principalmente porque tudo que fazem são idênticos. Gêmeas como essas não existem em outros animes/mangás, acreditem. Saya tira algumas risadas com suas trapalhadas, porém também deixa a desejar. Nem sua beleza salva a sua personagem, infelizmente.  A diferença é que ela é a heroína e isso faz com que gostemos mais dela do que aconteceria se ela fosse alguma personagem secundária. Acredito que o cachorro é a única personagem que agrada. 
Como já havia citado, a trilha sonora é muito agradável. Tanto a música de abertura, como a de encerramento são interessantes e empolgantes. Não sou daquelas pessoas que gostam de assisti-las, porém temos em Blood-C uma abertura digna de ser uma das melhores da temporada, enquanto o encerramento é extremamente ridículo e sem sal, não dando valor a canção que também é ótima.
A primeira parte de Blood-C é totalmente tediosa, o que não deixa com que seja um ótimo trabalho. Disse anteriormente que se você ainda não assistiu ao primeiro episódio, deveria dar uma chance pelas cenas de ação que temos nesse anime. Isso também vale para os demais episódios. Quando a história realmente começa a andar, tudo se torna mais brilhante e empolgante, por isso que assistir a Blood-C não é algo indispensável. Se você é o tipo de pessoa que tem paciência para muito enrolação, assista. Talvez você não vá se arrepender.
O anime mal chegara ao fim, e já foi anunciado que em junho de 2012 será lançado um filme, dando continuidade a Blood-C. Claro que vou assistir, só espero que não seja decepcionante. O final brilhante que temos no anime merece uma continuação digna.

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