A Jornada, Erin E. Moulton, tradução de Mariângela Vidal Sampaio Fernandes, 1ª edição, Ribeirão Preto-SP: Novo Conceito, 2011, 200 páginas.
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Lançado originalmente com o nome Flutter, A Jornada - A História de Quatro Irmãs e Uma Viagem Inacreditável foi escrito pela norte-americana Erin E. Moulton, que assim como muitas pessoas, brincava com seus amigos imaginários, o que lhe ajudou a criar essa história que é considerada um conto de fadas contemporâneo. A simplicidade do livro faz com que isso seja confirmado em suas 200 páginas.

As vésperas do Halloween, tudo parecia estar normal na família de Maple, a narradora-personagem de A Jornada. Ela vivia calmamente com suas irmãs, Dawn e Beetle, e seus pais, que esperavam por uma nova filhinha, porém tudo mudou em sua família quando sua mãe dá a luz a Lily prematuramente. Lily está fraca e apenas um milagre pode salva-la, é quando Maple se lembra da Mulher Sábia, que segundo a lenda, é capaz de realizar milagres. A garota começa a se preparar para uma grande jornada em busca da água que possivelmente poderá curar a sua pequena irmã. Mal sabe ela que para chegar ao local onde provavelmente está a Mulher Sábia, ela e sua irmã Dawn precisarão enfrentar os perigos da montanha, mas isso não é problema para as irmãs, afinal, é a vida de Lily que pode ser salva.

Novamente, assim como aconteceu em outros livros da editora, o cuidado com a aparência do que temos em mãos é incrível. A tipografia das letras iniciais de cada capítulo, assim como o título deles, é um grande diferencial. As páginas iniciais dos 27 capítulos, assim como as que antecedem-os são com desenhos de diversos tipos de borboletas dando um efeito interessante. Trabalho digno de uma grande editora.

Já a história de Moulton, acredito que seja o romance mais simples de 2011. Contada por uma criança de apenas nove anos, percebemos que a autora conseguiu ser perfeita com a sua linguagem e passa bem a inocência de Maple. É essa mesma inocência, que mostra o amor pela família que tanto Maple, como também Dawn sentem ao se aventurar pela montanha em busca da água milagrosa.

Apesar da história vivida por duas crianças, A Jornada é repleta de aventuras que colocam a vida das meninas em perigo. É sim o tipo de livro que sabemos qual será o desfecho, mas ainda assim sentimos apreensão e pena nos momentos em que as duas aventureiras passam por perigos. Animais, o clima e a correnteza são apenas alguns exemplos do que elas precisavam passar em busca da recuperação da irmã.

Confesso que fiquei um pouco decepcionado quando enfim as irmãs encontraram com a Mulher Sábia. Esperava que seria algo um pouco mais elaborado, entretanto a emoção deste momento é grande, sendo superada apenas em um dos últimos capítulos do livro.

Acredito que poucos livros possuem personagens com tamanha simpatia como em A Jornada, e nem mesmo a falta de caracterização deixa–os a desejar. Impossível não gostar da simplicidade de Maple, ou da às vezes caridosa e às vezes marrenta Dawn. Até mesmo a pequena Beetle, que mal sabe falar ainda e tem pequena participação, é interessante. Dois personagens que as meninas encontram na montanha é um humor a parte.

Muitos podem não gostar de A Jornada, apesar de ser bem escrito e com ótimas aventuras, no entanto todos irão concordar que o livro passa uma bonita mensagem de que por aquelas pessoas que amamos, e que fazem parte de nossa vida, devemos enfrentar qualquer perigo, independente de qual seja ele. Acreditem: por nossos familiares, todos os milagres são possíveis, e com esforço, todos os finais podem ser felizes. O livro é recomendado para pessoas de todas as idades, já que todos irão se encantar com a mensagem deste conto de fadas contemporâneo.

“E ficamos lá sentadas, na fonte da Mulher Sábia. Exaustas, machucadas, tremendo. Mas juntas e inteiras, e prontas para preparar o milagre para a nossa irmãzinha. Eu fico pensando naquele longo dia, no meu corpo dolorido e em como tudo terá valido a pena quando a gente conseguir voltar para casa e entregar essa garrafa ao bebê. (pág. 145)”.

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