O Chamado Selvagem, Jack London, Tradução José Luiz Perota, 1ª edição, São Paulo-SP: Editora Dracaena, 2011, 116 páginas.

Um dos primeiros romancistas a ganhar fama mundial, o norte-americano Jack London provavelmente é o pseudônimo de John Griffith Chaney, que apesar de ter vivido apenas quarenta anos, possui centenas de contos e mais de cinquenta livros. Sua segunda obra, O Chamado Selvagem foi lançado originalmente em 1903 com o nome The Call on the Wild, e é considerado por muitos críticos a sua obra-prima. O autor morreu em 22 de novembro de 1916 e algumas de suas obras foram lançadas após a sua morte.
Nesta obra, conhecemos o cão Buck, um São-bernardo que levava uma vida que todos os cães gostariam de ter, sendo fiel a família de seu dono, e com uma relação muito forte com todos os membros dela. Ele não precisava se preocupar com nada, e nem tinha motivo para isso, mas tudo mudou quando um ajudante de jardineiro o raptou e o vendeu. Sua vida estava apenas começando a mudar. “Mas Buck não era cão de casa nem de canil. Todo o território era dele. Mergulhava no tanque ou caçava com os filhos do juiz, escoltava Mollie e Alice, as filhas, em logos passeios ao crepúsculo ou de manhãzinha; nas noites de inverno, deitava-se aos pés do juiz, diante da lareira crepitante da biblioteca; carregava os netos do juiz às costas, ou fazia-os rolar na grama e guardava os seus passos nas aventuras travessas até a fonte, no pátio dos estábulos, e ainda mais longe, onde estavam os cercados dos cavalos e os canteiros de morangos. (pág. 12)”.
Depois de ficar um tempo em um canil, Buck passa a viver com outros cães e sua vida, que era tranquila, começa a ser selvagem. É forçado então a fazer diversas atividades que não fazia até então; passou a enfrentar o frio; as pancadas de seus donos; a fome; os sentimentos – amor e ódio – por outros animais e todas as dificuldades que um verdadeiro lobo precisa enfrentar. “Buck ficou em pé, observando, e a sua expressão era a dor campeão bem sucedido, a fera primordial e dominante, que matara a sua presa e gostara de fazê-lo. (pág. 50)”.
Ao conhecer O Chamado Selvagem, o achei muito interessante, principalmente porque o autor conta a história de um animal de uma forma real e não fantasiosa como costuma ser os livros com essa temática. Narrado em terceira pessoa, é surpreendente a riqueza de detalhes que London nos conta sobre a vida e os lugares que Buck passa nessa sua jornada. Ele também usa palavras para causar toda a emoção ao longo da história. Sofremos juntos com todas as dificuldades do cão, e nos emocionamos com essa grande aventura. Certa admiração por algumas personagens, humanas ou não, também ficam após a leitura, mais uma coisa para ser elogiada. Dá ainda para imaginar como foi a vida de London na corrida do ouro do EUA, já que essa foi sua grande inspiração na construção da obra.
É apenas o primeiro livro lançado pela Dracaena no qual leio, mas já pude notar o ótimo trabalho feito pela editora. Destaque especial para César Oliveira, responsável pela capa de O Chamado Selvagem, que não só é muito bem elaborada, como também tem todo o sentido com a obra e uma de suas passagens. (Vale destacar que todas as capas da Dracaena são incríveis). Na história em sim, os nomes dos animais estão em itálico, com exceção de algumas partes.
Se já bastasse a ótima história, o livro ainda conta com uma mensagem que nos diz que muitas vezes somos forçados a abandonar nossa vida que parecia ser perfeita, mas que isso nos ajuda a encontrar o nosso verdadeiro caminho e nossa real identidade. Dá para entender porque essa é a obra-prima de Jack London.
Para comprar O Chamado Selvagem, de Jack London, acesse a página do livro no site oficial da Dracaena clicando aqui.
Aproveito a oportunidade para agradecer a editora Dracaena pelo exemplar gentilmente cedido para que essa resenha pudesse acontecer e também para indicar esta leitura para todos que procuram uma grande aventura selvagem. Vale a pena.

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