O Dia da Caça, James Patterson, tradução de Fabiano Morais, 1ª edição, São Paulo: Arqueiro, 2011, 224 páginas.

James Patterson é um dos autores mais lidos da atualidade, apesar de estar surgindo no Brasil apenas agora. Em mais de trinta anos de carreira, o autor lançou diversas séries, sendo que o detetive Alex Cross é um de seus protagonistas, aparecendo em diversos livros, incluindo em Cross Country, lançado originalmente em 2008. No Brasil o livro foi lançado recentemente pela Editora Arqueiro com o nome O Dia da Caça, e já podemos perceber porque Patterson já vendeu mais de 230 milhões de livros em todo o mundo.
Alex Cross, detetive do Departamento de Crimes Hediondos de Washington, é chamado para investigar o assassinato de uma família inteira, e ao chegar ao local descobre que uma das vítimas é uma ex-namorada dos tempos de faculdade. Os crimes voltam a acontecer, e uma nova família é exterminada, inclusive alguns membros que estavam na Nigéria. Isso faz com que Alex parta para o país africano buscando por esse assassino em série, e lá, enfrenta uma caça onde está dos dois lados. O detetive encontra um país passando por conflitos internos, e pessoas vivendo os mais variados horrores, desde a fome até o abuso sexual, e muito mais, e ainda usa elementos verossímeis, o que deixa a história ainda melhor.
Dividido em quatro partes, percebemos logo na primeira delas porque Patterson é um dos autores de suspense mais vendido do mundo, afinal, ao longo de todo o livro, encontramos uma história hilariante e rápida, onde se você tiver tempo, passa horas e horas com o livro na mão. Já a capa, como sou um grande defensor das brasileiras, novamente se sobressaia das demais mundo afora, com uma arte muito mais real e tipografia mais viva e bem distribuída. Com capítulos curtos, a leitura é contagiante e a escrita de Patterson é um ponto diferencial, sobretudo nas descrições, fazendo com que tudo pareça ser o mais real possível, e aí que entra o único motivo que pode afastar algumas pessoas deste livro sensacional.
Como disse, há um cenário de horror e não apenas na Nigéria, como também nos EUA, onde se passa algumas partes da história. Temos diversos massacres, abusos, um cenário de miséria e horror, e acredito que pessoas “fracas” deveriam se afastar de O Dia da Caça, que pode ser uma história muito pesada. Para os fãs do suspense com esse tipo de incremento, é uma leitura essencial e que tenho certeza despertará o interesse pelos demais livros do autor.
É impossível, ao longo do livro, não sentir algum tipo de emoção com as diversas histórias vividas por Cross; ódio por Tiger, o assassino (não, não é spoiler) ou admiração por alguma personagem. Eu particularmente gostei da coragem da jornalista Adanne, que é uma personagem com uma pequena participação, mas de suma importância, afinal, é quem revela grandes segredos em torno de toda a trama. O único um ponto em que discordei do que o autor fez foi exatamente com Adanne. “Sem dúvida, como a maioria dos homens que Adanne conhecia, tive vontade de beijá-la, mas me contive. Não queria insultá-la ou desrespeitar seus pais, ou, o que era mais importante pra mim, Bree. (pág. 139)”.
O suspense sempre foi, e sempre será, o gênero que mais me agrada, talvez por isso, é difícil encontrar algum defeito na trama de Patterson, entretanto, vale salientar que é um livro forte e sem duvidas haverão cenas difíceis para muitos leitores. Fora isso, é um dos maiores livros de suspense que li até então, e não demorará para que eu adquira os demais livros do autor, e principalmente da série de Alex Cross, que já entrou para a lista de personagens eternos.
Agradeço a atenção da Editora Arqueiro, e pelo exemplar enviado no último mês. Muitos dos livros que li nos último anos são da editora Arqueiro/Sextante, e todos eles fazem parte da lista de favoritos. Esse é só mais um que entra para esse grupo. E pretendo a voltar a ler muitos livros da editora nos próximos meses.

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