Não só de entrevistas feitas especialmente para o blog que esse especial de fim de ano será feito. Para essa semana, uma entrevista que o blog Fleur De Lis fez com Ronaldo Cavalcante, autor parceiro que escreveu Cinco Luas, o primeiro de uma série.
Nessa entrevista, a blogueira Bruna Rodrigues, responsável pelo blog, elaborou ótimas perguntas e Ronaldo as respondeu com simpatia, contando um pouco sobre seu livro, as ideias para o futuro, seus autores, trechos e livros preferidos, entre outras coisas. Um papo legal e acredito que muitos irão gostar.
Cinco Luas será minha próxima leitura, e em breve a resenha do livro, bem como uma entrevista própria para o OverShock. Enquanto isso conheça um pouco mais de Ronaldo Cavalcante com essa entrevista:
Fleur De Lis - Como foi escrever Cinco Luas? Qual a sensação à medida que a historia se desenvolvia?
Ronaldo Cavalcante - Foi uma das melhores experiências da minha vida. E ainda está sendo, CINCO LUAS é uma série, uma saga, espero que gostem bastante do primeiro volume, porque tem mais ^^.
Minha sensação foi, e gosto muito de sensações, piscianos de carteirinha são presos a isso, e eu tenho todos os tipo de cadastro do signo, crachá, digital, leitura óptica, não somente a carteirinha haha... Mas minha sensação foi de espanto por estar de fato escrevendo algo grande, não pensava na palavra “livro” na época. Até sondei meios de publicação quando estava na metade da obra, mas a maioria das editoras só recebem com a obra pronta.
Mas era realmente estranho e surpreendente como a história e a trama fluíam, como se tudo estivesse pronto na minha cabeça esperando para ser escrito, sabe? Mas “satisfação e prazer” são as sensações que posso afirmar que senti durante todo o processo.

Fleur De Lis - Qual foi o primeiro pensamento quando você soube que o livro seria publicado? Foi muito difícil conseguir isso?
Ronaldo - Um turbilhão de interjeições de felicidade passou na minha cabeça, Bruna, Não sei explicar exatamente qual. Eu sou muito otimista, do tipo metade do copo transbordando, sabe? E por isso crio muita expectativa, e isso às vezes não é muito bom, você deve concordar. Então torcia imensamente para a publicação porque sabia o quão difícil é conseguir uma junto a uma editora, ainda mais de nome, NOVO SÉCULO. Então receber um “sim” foi uma coisa de outro mundo, indescritível saber que uma editora acredita no seu trabalho.
Foi difícil conseguir sim, Bruna. O tanto de publicações independentes que vemos hoje só enfatizam o que eu digo. Mandei meu trabalho para várias editoras e recebi apenas um não como resposta, de muitas nem mesmo isso, então estou no lucro haha. Mas demorou muito a resposta, piscianos agoniados deveriam ser proibidos de escrever livros, queremos respostas rápidas e isso não vai acontecer quando vocês esperarem respostas de publicação, já fica a dica para os novos autores que sofrem do mesmo mal. Só a editora sabe o quanto eu perturbei por respostas rápidas aos meus emails hehe.

Fleur De Lis - Alguns autores criam uma trilha sonora pessoal para suas obras. Cinco Luas tem uma?
Ronaldo - Achei ótima essa pergunta, Bruna, não sabia que era uma espécie de regra dos autores.  Pensava que só eu tinha mais uma loucura hahaha... sim, tenho uma trilha sonora... na verdade várias. Depende do trecho do livro.
A música me inspira, até a coloquei nos meus agradecimentos, é uma coisa que não consigo explicar direito, mas certas músicas são apreciadas por mim muito mais que pelos ouvidos, entende? Espero que sim, pois é uma coisa maravilhosa, com a dança é a mesma coisa...Talvez por isso a ginástica para mim seja uma profissão que gosto tanto, mexo com música o tempo todo nas aulas e muitas delas, principalmente as mais pesadas, eu sinto na pele o desenvolver de cada parte musical. Coisa de louco!!
Músicas que me inspiraram bastante durante a escrita foram as músicas do grupo Van Canto, em específico a música “The bard’s song” e a trilha sonora do jogo “Chrono Cross”. Simplesmente fantástico. Dentre outras é claro.

Fleur De Lis - Qual foi a inspiração para Cinco Luas?
Ronaldo - Não sei dizer, foram tantas... ainda são tantas. São idéias próprias misturadas com tudo o que já li, escutei, assisti e desejo criar.

Fleur De Lis - De onde surgiu o nome?
Ronaldo - Na metade do primeiro capítulo. Tive uma explosão mental e decidi o nome, foi quando eu percebi que a história seria maior do que eu pensava.

Fleur De Lis - Você participou da escolha da capa? 
Ronaldo - Sim. E está linda, não está? Haha. Confesso que não era exatamente o que eu queria, mas hoje não vejo outra capa no lugar. Não mesmo. Fora que foi uma votação entre as equipes de Marketing, design, vendas e eu. Foi ótimo saber das razões dessa capa atual permanecer, fora que muito do que você quer na capa não fica bom no produto final, principalmente na impressão.

Fleur De Lis - O que te levou a escrever? Foi algo que você sempre quis fazer ou aconteceu?
Ronaldo - Como muitos autores de ficção, como fiquei sabendo, depois de uma campanha de RPG. Sempre tive vontade de escrever, mas nunca parei para isso. Foi quando depois do nosso mestre passar uma das partes da aventura para o papel, uma luta, claro, olhei para aquilo e gostei muito de ler, mas como participante da história vi que algumas falas e partes da narração e algumas descrições poderiam ser, digamos, melhoradas. Pedi permissão ao mestre e modifiquei, mostrei ao grupo e eles acharam que ficou melhor. Gostei da experiência e comecei a escrever um conto que tinha na cabeça há tempos... um conto que ganhou demasiado volume e virou um romance/ficção. CINCO LUAS.

Fleur De Lis - Qual o melhor ambiente para escrever?Onde você se sente melhor e a inspiração flui mais.
Ronaldo - O que você ficar mais confortável, na minha opinião, minha casa, sem sombra de dúvidas.

Fleur De Lis - Você já possui outra historia em mente?
Ronaldo - Fora a continuação de CINCO LUAS... tenho várias, mas não vou falar aqui se não podem roubar minhas ideias hahaha, mas como eterno amante de RPG, gostaria de escrever alguma ficção medieval. Já tenho trechos montados.

Fleur De Lis - Qual o seu livro favorito? Aquele que você leria mais de uma vez no mesmo ano apenas pelo prazer de reler a historia.
Ronaldo - Senhor dos Anéis, é claro. Foi quando eu olhei para o livro e disse para mim mesmo “Um dia ainda escrevo uma história”. Mas hoje em dia tenho lido tantos livros bons que repetir a leitura não seria sacrifício algum.
Tormenta, inimigo do mundo é um dos que eu leria e releria sem pestanejar. Medieval, magia e deuses apaixonantes... tudo de bom.

Fleur De Lis - Um autor(a) que te inspire.
Ronaldo - Posso falar mais de um? É que se eu falar só um os outros na minha cabeça não vão me deixar em paz hahaha... J. R. R. Tolkien, ainda encontro essa cara um dia pra dar um abraço nele. Bernard Cornwell. Patrick Rothfuss – O nome do vento. Stephenie Meyer – A hospedeira (que livro bom!). Leonel Caldela e Eduardo Spohr.

Fleur De Lis - Um personagem que tenha te marcado ou que você se identifique.
Ronaldo - No meu livro sem dúvidas o personagem Rafael. Gosto muito de personagens secundários... me apaixono por eles. O que é frustrante com alguns autores que gostam de matar o personagem que você mais gosta só porque ele não é o principal. Mas entendo e respeito isso.

Fleur De Lis - Um trecho de livro que tenha ficado na memória.
Ronaldo - Batalha em Minas Moria e O anel sendo destruído em Mordor. – Senhor dos Anéis. Batalha do Dragão da tormenta contra o arquimago Vectorius. Trilogia da Tormenta.

Fleur De Lis - Um sonho ainda não realizado 
Ronaldo - Graças a Deus tenho vários realizados e muitos mais a realizar... que eles se multipliquem para que eu nunca pare e corra atrás de todos, porque a sensação quando você os alcança é sublime.

Fleur De Lis - Tem algum livro que tenha mexido tanto com você que você tenha se perguntado "Como não fui eu que escrevi isso?"
Ronaldo - Hahaha... acho que não. Eu leio muita coisa doida, no sentido bom,  mas nunca pensei dessa forma. Aprecio os que tem suas próprias idéias fascinantes, porque são os que exatamente fomentam minha criação. Espero retribuir agora.

Fleur De Lis - Publicar um livro é complicado. O que você gostaria de dizer para aqueles que pretendem publicar um livro?
Ronaldo - Primeira coisa é não desistir. As vezes sua obra não foi aceita porque a editora já estourou a cota de publicações daquele período, o ruim é que você não vai saber disso. Acho que as editoras poderiam dar uma resposta mais direta, principalmente quando negativa aos autores. Orientá-los, mesmo de forma geral quanto ao que melhorar. Recebi um “não” de uma editora seguido de explicações e gostei muito disso. Corri atrás e hoje minha obra está melhor e publicada.
Outra coisa é não tratar sua obra como uma coisa qualquer, mesmo que seja por diversão é seu trabalho ali. Dê o máximo por ela, escrever, de longe, é uma coisa fácil, mesmo com uma ideia completa na cabeça. Você perceberá isso com as milhares de revisões que terá de fazer.

Deixe um comentário