Desde a noite de quarta-feira (25) os brasileiros acompanham o resgate das vítimas do desabamento de dois prédios (um de 20 e 10 andares) e um sobrado (4 andares) no centro do Rio de Janeiro, próximo ao Theatro Municipal, em uma das regiões mais movimentadas da capital fluminense. Além de seis feridos, o acidente que ocorreu por volta das 20h30min matou 17 pessoas e outras sete continuam desaparecidas. O trabalho do corpo de bombeiros não parou, mesmo depois de 72 horas.
Logo após o desabamento, a polícia abriu um inquérito que investiga o que causou o acidente. Algumas pessoas chegaram a dizer que sentiram cheiro de gás durante os dias que antecederam o acidente, mas a polícia também trabalha com a possibilidade de que tudo aconteceu devido a falhas em uma reforma que acontecia em um dos prédios.
Um dos sobreviventes, o ajudante de obras Alexandro da Silva Fonseca, prestou depoimento durante quatro horas na tarde de sexta-feira (27) e ao sair explicou aos jornalistas o que disse em seu depoimento. Alexandro relatou: “Nós estávamos retirando o carpete do andar, foi isso que nós fizemos. Haveria uma mudança no lugar do banheiro, que não chegou a acontecer porque não deu tempo. Eu não sei quem era o engenheiro responsável. Esse pessoal fala com os 'grandōes' e não com a gente que é peão”.
Caso haja um responsável pela queda dos prédios, este pode pegar de 2 a 4 anos de prisão pelo envolvimento de desabamento qualificado.
As vítimas fatais do acidente que abalou a semana começaram a ser enterradas na manhã de sexta-feira. O primeiro deles foi Celso Renato Braga Cabral, de 46 anos, que trabalhava no departamento pessoal de uma empresa que funcionava em um dos prédios atingidos. Outras seis pessoas já foram enterradas.
Até o inicio da noite de hoje, 95% dos escombros já haviam sido retirados, e cinco pessoas continuavam desaparecidas. Apesar dos bombeiros sempre trabalharem com esperança de encontrar pessoas vivas, o secretário de Defesa Civil do estado do Rio de Janeiro já descartou essa possibilidade, afinal, com o tempo e a quantidade de entulho, fica difícil a sobrevivência.
O Theatro Municipal, um dos mais importantes centros culturais da cidade, fica alguns metros distante de onde tudo aconteceu, mas felizmente a estrutura do prédio centenário não sofreu nenhum dano.