Alguns autores iniciam sua carreira literária tardiamente e ainda assim marcam seus nomes na história da literatura, criando obras geniais, que se tornam verdadeiros clássicos. É o caso de Graciliano Ramos de Oliveira, um Imortal da Literatura brasileira.
Natural de Quebrangulo, cidade do interior alagoano, Graciliano Ramos nasceu em 27 de Outubro de 1892, mas passou sua infância em diversas cidades nordestinas, concluindo o segundo grau em Maceió. Foi ao Rio de Janeiro, onde trabalhou como jornalista e só em 1915 voltou para seu Estado e se casou.
Já viúvo, Graciliano foi eleito, em 1927, prefeito da cidade de Palmeira dos Índios, ficando no cargo até 10 de abril de 1930, quando renunciou ao cargo. Nesse tempo, escreveu alguns relatórios e Augusto Frederico Schmidt lhe motivou a escrever seu primeiro romance, publicado originalmente em 1933 - já com 41 anos.
Intitulado Caetés, o livro lhe rendeu o prêmio Brasil de Literatura. É narrado por João Valério e conta certo momento da história da personagem em sua cidade. Ele enfrenta dificuldades, se envolve em um caso de adultério e conquista poder, mas, a mulher que ele pensa lhe amar, é ambiciosa e só quer seus bens – mas o livro não fica apenas nisso. Nessa primeira obra, o estilo de escrita do autor fica visível e por isso é um livro de extrema importância.
No ano seguinte, Graciliano Ramos publicou seu segundo livro. São Bernardo é narrado por Paulo Honório, que conquista uma fazenda em Viçosa, mas possui uma personalidade difícil, o que pode prejudica-lo em determinamos momentos.
Graciliano Ramos chegou a ser preso antes de publicar seu terceiro livro, Angústia, que é considerado pelos críticos, a melhor obra do autor. Se passam dois anos e só então publica Vidas Secas, seu primeiro livro narrado em terceira pessoa. Importante até os dias de hoje, Vidas Secas conta a história de retirantes nordestinos, que enfrentam diversos problemas sociais, como a seca e a fome. É um dos mais importantes livros de nossa literatura e conquistou um prêmio no ano de 1962, já após a morte de Graciliano, além de ser uma leitura obrigatória nos mais importantes vestibulares do país.
Após publicar o livro A Terra dos Meninos Pelados, em 1939, o autor recebeu o prêmio Felipe de Oliveira, pelo conjunto de sua obra e logo depois publicou o livro Brandão Entre o Mar e o Amor, ao lado de Jorge Amado, José Lins do Rego, Aníbal Machado e Rachel de Queiroz.
Em 1943 perdeu a mãe e no ano seguinte lançou Histórias de Alexandre, um livro infantil de contos, onde o autor reuniu histórias sobre o folclore de seu Estado. Outros três livros foram publicados em vida: Infância (1945), um livro de suas memórias; Histórias Incompletas (1946), composto por diversos contos, incluindo contos inéditos e capítulos de Vidas Secas; e Insônia (1947), último publicado em vida e reunindo diversos contos.
Em abril de 1952, viaja com sua segunda esposa para países onde suas obras foram traduzidas, mas quando voltou ao Brasil, já apresentava alguns problemas de saúde. Foi submetido a um tratamento em Buenos Aires, mas os médicos lhe davam pouco tempo de vida.
No inicio do ano seguinte, é internado na Casa de Saúde e Maternidade S. Vitor, onde em 20 de março vem a falecer, vítima do câncer. Sua obra está eternizada na literatura brasileira e por isso, Graciliano Ramos – o Mestre Graça, como era chamado – se tornou um Imortal da Literatura.
Após sua morte, outros sete livros foram publicados. Até os dias de hoje, inúmeras são as homenagens para esse grande ícone, que marcou seu nome no Modernismo, usando de sua objetividade ao explorar o regionalismo e tratar das dificuldades sofridas por um povo e assim conquistar admiradores de várias gerações.
“Quando se quer bem a uma pessoa a presença dela conforta. Só a presença, não é necessário mais nada.” – Graciliano Ramos
Graciliano Ramos - ☆ 27/10/1892 - ✞ 20/03/1953