Guerra dos Sexos (Maschi Contro Femmine)


Resenha: Minha curiosidade em assistir um novo longa-metragem italiano durou meses, e dentre tantos nomes que chamaram a atenção em 2011, o filme Maschi Contro Femmine, foi o primeiro que tive a oportunidade e não há arrependimento.
Em Guerra dos Sexostítulo nacional – conhecemos quatro histórias de homens e mulheres que buscam um desfecho para seus relacionamentos e problemas amorosos. Dentre essas histórias, encontramos um treinador de um time feminino de vôlei que acaba de se tornar pai e precisa superar a greve de sexo da esposa, ao mesmo tempo em que tenta não cair no jogo de sedução de uma bela jogadora de seu time; uma mulher quarentona que se depara com seu marido a traindo com uma garota mais jovem e pensa já não ser uma mulher atraente, o que causa grandes confusões; um pegador que coleciona calcinhas de garotas de diferentes países e fica impotente devido a alguns problemas com sua vizinha; e dois amigos, um heterossexual e uma homossexual, que passam a se enfrentar tentando conquistar uma mesma mulher.
Produzido por Fausto Brizzi, o enredo de Guerra dos Sexos é bem elaborado e apesar de alguns clichês, comuns em filmes com essa temática, é repleto de situações engraçadas. Além de entreter, o filme possui mensagens bacanas sobre relacionamentos e os diversos pontos que eles expõem na vida de uma pessoa.
Entre tantos fatos que leva o espectador a uma reflexão, o mais marcante é a situação vivida pelo personagem Diego (Alessandro Preziosi), um playboy que já saiu com mulheres do mundo todo, mas que, quando Chiara (Paola Cortellesi) entra de vez em sua vida, percebe que um relacionamento sério pode também ser agradável. Porém sua imagem já está queimada com a mulher e ele precisa mostrar que é capaz de mudar. Além disso, com uma de suas atitudes é repreendido pela personagem de Paola Cortellesi, que o obriga a fazer algo em prol da natureza. Duas mensagens interessantes em uma única história.
Mesmo com tantos temas e mensagens que ajudaram na construção do enredo, a história de Walter (Fabio De Luigi), Eva (Giorgia Wurth) e Monica (Lucia Ocone) é a mais engraçada, por diversos motivos. Walter é um conceituado técnico, mas recebe pressão dos dirigentes de sua equipe de vôlei, ao mesmo tempo em que vive um romance com a sua melhor atleta. Mas como trair a esposa sem que isso fique claro para todos? Como se comportar tratando sua amante melhor do que as demais atletas? Arriscar o emprego tirando a melhor jogadora do time, ou arriscar perder a esposa? Eis algumas perguntas que ficam expostas em uma das histórias, que além de tudo, teve o brilhantismo na atuação de Fabio De Luigi e da belíssima Giorgia Wurth, uma das melhores atrizes em atuação no filme.
Mas, para um filme ser bom, não bastam apenas boas atuações e divertidas histórias. É necessário também agilidade para que não fique cansativo, sobretudo quando se trata de um filme simples, sem uso de grandes tecnologias na produção. E encontramos essa agilidade em Guerra dos Sexos, que possui cenas rápidas e conta com as características típicas de italianos e também com simplicidade e objetividade, o que engrandece o resultado final.
Guerra dos Sexos explora aquilo que pode se tornar bizarro em alguns pontos, como no momento em que um personagem é tachado de estranho ao ser o único com roupa em uma área de nudismo, mas, mesmo com suas bizarrices, é um filme leve e engraçado do inicio ao fim. As críticas, em sua maioria, são medianas e talvez o filme esteja longe das melhores comédias românticas italianas, mas é recomendado. Para quem assistir, pode esperar também pela continuação, com o título Feminine contro Maschi, que estreou em 2011 na Itália e relata histórias de personagens secundários no primeiro filme. Provavelmente tão bom quanto este.