E se você tivesse um celular capaz de prever o futuro? E se devido a isso você entrasse em um jogo de sobrevivência onde o ganhador se tornaria um novo Deus? Se você imagina que isso pode ser interessante, o anime Mirai Nikki (Diário do Futuro) é mais do que recomendado, ainda mais se você gostar da mistura entre suspense, ação e romance.
O mangá que deu origem a esse anime foi escrito e ilustrado por Sakae Esuno, e lançado originalmente pela revista Shōnen Ace entre 26 de janeiro de 2006 e 27 de dezembro de 2010, totalizando 12 volumes. Antes da estreia do anime, que se deu em 10 de outubro de 2011, os fãs de Mirai Nikki tiveram a oportunidade de assistir um OVA, o que gerou grandes críticas e diminuiu a expectativa criada por essa animação. Felizmente o resultado foi grandioso e Mirai Nikki pôde se destacar entres os melhores animes da última temporada de Outono.
Produzido pelo estúdio Asread e dirigido por Naoto Hosoda, Mirai Nikki conta a história de Yukiteru Amano (Misuzu Togashi), um jovem calmo de 14 anos e que tem uma vida monótona, onde sua principal atividade é registrar tudo o que acontece em seu celular, como se fosse um diário. Sua vida muda quando é escolhido para participar de um jogo de sobrevivência, onde cada participante possui um celular com determinadas funções e capaz de prever certos acontecimentos. O objetivo desse jogo é deixar o celular intacto, já que sua destruição resulta na eliminação – morte - do participante. Aquele que sobreviver até o fim, se torna Deus e poderá desfrutar de suas regalias.
Yuki, como é conhecido, detêm o Diário Alternativo, que prevê as mudanças ao seu redor a cada dois minutos. Ao lado de outras 11 personagens, Yuki se aventura em assassinatos, romances e mentiras. Em um jogo mais do que perigoso, Yuki sempre está na companhia da jovem Yuno Gasai (Tomosa Murata), que possui o Diário do Yukiteru. Como o próprio nome sugere, esse aparelho prevê tudo o que vai acontecer com o protagonista masculino, surgindo assim atitudes possessivas por parte da garota, que se vê na obrigação de proteger Yuki - mas não se esqueça que ela precisa matá-lo para vencer o jogo. Mas qual será o desfecho desse jogo? Quem se tornará Deus? Quando e como acontecerão as mortes dos participantes? Todas essas perguntas são respondidas ao longo de 26 episódios de muita aventura.
Um problema em Mirai Nikki: os cortes excessivos. Como foi transmitido pela TV aberta, os cortes já eram esperados e apesar de não atrapalhar o desenrolar da animação, os episódios perdem um pouco da parte pesada que existe na história. Ainda assim todos os assassinatos e outros elementos que necessitaram de cortes têm certa emoção, principalmente quando as personagens estão prestes a ter atitudes necessárias para sobreviver no jogo proposto.
Os traços em Mirai Nikki estão distantes de serem perfeitos, como também as cores que nem sempre satisfazem. Porém o diretor Naoto Hosoda merece destaque por priorizar a rapidez dos acontecimentos e não deixar que o anime se torne cansativo em nenhum dos 26 episódios, algo raro e que poucos animes conseguem.
O que não deve ser esquecido é o fato dos mesmos traços que não chegam a perfeição, conseguem mostrar nas expressões a psicopatia de certas personagens, sobretudo quando se trata de Yuno. Yuno é uma das psicopatas mais inesquecíveis dos atuais animes e tem todas as características de pessoas que sofrem desse distúrbio. Ela é responsável por cenas fortes, que provam porque pode ser considerada uma psicopata nata, mas... quem acompanhou o mangá diz que muita coisa foi mudada nesse aspecto.
Dizem também que a maioria das personagens principais são idiotas e Yuki faz parte deste grupo. É fácil perceber, ainda nos primeiros episódios, a semelhança entre Yuki e Igarashi Ganta, protagonista de Deadman Wonderland (Considerações Finais). Se você se irritou com Ganta, pode esperar se irritar ainda mais assistindo Mirai Nikki, pois Yuki supera tudo aquilo que você pode imaginar. Por sorte há personagens interessantes e mais fáceis de apegar, como Minene Uryuu (Mai Aizawa), dona do Diário da Fuga. Seu diário permite um plano de fuga perfeito e que a salva sempre que se encontra em perigo – sem contar que é uma personagem importante para o anime.
A história de Mirai Nikki pode ser considerada fraca, mas o anime cresceu consideravelmente episódio após episódio. Com um ar psicótico, muita ousadia, ação e suspense, o anime consegue surpreender o espectador em uma guerra entre diversas personagens marcantes (com exceção de um ou outro, todos os participantes desse jogo merecem destaque), onde os protagonistas se envolvem em perigos, sempre buscando proteger o celular, acessório indispensável nos dias atuais, para assim proteger a si mesmo. Resta esperar pelo live-action, que estreia no sábado (21), e torcer para que seja tão bom quanto o anime.