Foto - Fonte das Informações: Rodrigo Vianna/G1
O Rio de Janeiro foi escolhido para sediar diversos eventos pelos próximos anos e o primeiro grande teste para a cidade é a Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que teve início na última quarta-feira (13).
Escolhida para acontecer no Rio de Janeiro em 2009, a conferência recebeu esse nome por marcar os vinte anos da conferência realizada, também no Rio de Janeiro, em 1992. Dentre todos os assuntos que serão discutidos até o próximo dia 22, o compromisso das nações em relação ao desenvolvimento sustentável é um dos mais importantes. Já a economia verde e a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável são os temas principais.
Os chefes de Estado chegam ao Rio de Janeiro apenas na próxima semana, mas antes disso, o Comitê Preparatório se reuniu para definir o documento a ser negociado nos últimos dias da conferência. O chinês Sha Zukang afirmou que há muito trabalho a ser feito e concluiu: “Por quase dois anos, nós estivemos preparando-nos para esta conferência, e nas horas finais, ainda não estamos onde deveríamos esta. Nosso trabalho duro não pode ser em vão. Não podemos aceitar isso”. Zukang também falou sobre o apoio que os países em desenvolvimento precisarão: “Deveríamos pelo menos ser capazes de decidir dar os passos iniciais em direção à implementação de políticas de economia verde de acordo com as prioridades e circunstâncias nacionais, com apoio internacional”.
Em três dias, o documento tem quase 40% de consenso e 119 parágrafos foram aprovados, existindo um acordo sobre grande parte dos temas apresentados, como é o caso dos produtos químicos, apresentado pela delegação do México.
A Rio+20 serviu, entre outras coisas, para as críticas de delegações de países subdesenvolvidos. Os membros venezuelanos disseram nesse sábado (16) que os países desenvolvidos não podem dar desculpas para deixar de tomar decisões. Já a diretora do Ministério das Relações Exteriores de Cuba, Anayensi Rodríguez, criticou a vontade dos países ricos em frear o desenvolvimento. Anayensi disse: “O direito de desenvolver os países, inclusive os nossos, depende de cada um, em consonância com sua prioridade nacional. Requer modificação nos padrões de consumo. Os países do sul não podem ser punidos”.
Manifestantes acamparam em áreas públicas na Zona Sul do Rio de Janeiro, apesar disso ser proibido pela prefeitura da cidade. Esses manifestantes fazem parte do movimento Ocupa dos Povos e segundo um de seus representantes, eles criticam “a falta da economia verde, a forma como esse assunto está sendo discutido aqui. Somos contra esse espírito capitalista e essa imagem de que os governos vão resolver alguma coisa quando a gente sabe que de fato isso não vai acontecer. Eu não posso falar por todos, mas defendemos uma política mais democrática e mais seriedade ao assunto”.