Nem o passar dos séculos foi suficiente para que o nome do português Luís Vaz de Camões fosse esquecido. Mais de quatrocentos anos se passaram e Luís de Camões ainda é lembrado como um dos maiores poetas da literatura de língua portuguesa. Poucas são as certezas sobre sua história, mas suas palavras são suficientes para classificá-lo como um verdadeiro gênio e para entender um pouco de sua personalidade e vida.
Nascido em Lisboa, provavelmente no ano de 1524, Camões teve uma educação incomum para a época, aprendendo sobre literatura, história e dominando o latim. Descendente de uma família da pequena nobreza, teria se envolvido com mulheres da própria nobreza e também com plebeias. Viveu na boêmia, mas por uma desilusão amorosa se alistou no exército, onde, em batalha, perdeu um de seus olhos.
A poesia sempre esteve presente em sua vida. Suas palavras eram marcadas pela ironia e não se preocupava com as causas da nobreza de Portugal. Camões enfrentou diversos problemas. Ficou preso durante meses após ferir Gonçalvo Borges e apesar de perdoado, foi libertado apenas ao aceitar se exilar na Índia. Viu esse exílio como uma oportunidade de se aventurar e ganhar a vida como muitos portugueses estavam fazendo.
Participou de combates e então escreveu uma de suas obras mais famosas: Os Lusíadas. Considerada a epopeia portuguesa, Os Lusíadas teria sido concluída em 1556, mas sua publicação aconteceu apenas em 1572, três anos após sua volta à Portugal. Composta por dez cantos, a obra narra e exalta a história do povo português, dando destaque, por exemplo, a descoberta do caminho marítimo para a Índia. Uma das histórias curiosas em relação a essa obra diz que após um naufrágio, Camões teria salvado Os Lusíadas nadando pela foz do rio Mecon.
Após a publicação de seu Magnus opus, Camões recebeu 15000 réis anuais, porém sua vida continuou simples até a data de sua morte. Ainda em vida, sentiu que sua obra era injustiçada, sem imaginar a importância que teria para toda a literatura de língua portuguesa. Faleceu em 10 de junho de 1580 e em sua lápide foi gravado o epitáfio: “Aqui jaz Luís de Camões, Príncipe dos Poetas de seu tempo. Viveu pobre e miseravelmente, e assim morreu”.
Não se sabe ao certo onde Camões foi enterrado. O que se sabe é que suas ossadas se perderam com o terremoto que destruiu Lisboa em 1755 e que, com quase certeza, as ossadas depositadas em uma a tumba no Mosteiro dos Jerónimos é de outra pessoa. Isso não tira o mérito e a história de Luís Vaz de Camões, que é estudado por estudantes e por especialistas na área até os dias de hoje. E como o rei Dom Sebastião disse: “Luís de Camões, cavaleiro fidalgo de minha Casa”; cavaleiro fidalgo da nossa língua portuguesa e Imortal da Literatura mundial.

“Amor é fogo que arde sem se ver; é ferida que dói e não se sente; é um contentamento descontente; é dor que desatina sem doer”. – Luís de Camões.

Luís de Camões - 1524-1525 - 10/06/1580