4 de Julho, James Patterson e Maxine Paetro, 1ª edição, São Paulo-SP: Arqueiro, 2011, 207 páginas

Em mais de 30 anos de carreira, o americano James Patterson vendeu mais de 230 milhões de livros e é autor de diversas séries que se tornaram um verdadeiro sucesso, como é o caso de Clube das Mulheres contra o Crime, uma de suas séries escritas em parceria com Maxine Paetro.
O quarto livro da série, intitulado 4 de Julho e lançado originalmente em 2005, é narrado em sua maioria em primeira pessoa pela tenente Lindsay Boxer, uma das amigas que compõem o Clube das Mulheres contra o Crime. Certa noite, após um dia cansativo, ela se encontra com as amigas em um bar e recebe um chamado de Warren Jacobi para participar da investigação de um crime que tem assombrado a cidade de São Francisco. Nisso, os possíveis suspeitos acabam apontando uma arma para os investigadores e a única saída vista por Lindsay é atirar. Fazendo isso, ela tira a vida de uma adolescente e deixa o irmão deficiente.
Apesar de ter atirado em legítima defesa, Lindsay tinha certo nível de álcool em seu sangue, também por isso é levada paro banco dos réus e fica impedida de trabalhar enquanto o julgamento não chegue ao fim. Ela aproveita as férias inesperadas para um descanso em uma pequena cidade e passa a acompanhar uma série de assassinatos que tem ocorrido ali. Como uma grande investigadora, não aceita e não pode ficar parada, por isso passa a trabalhar até que tudo seja resolvido, contando com a ajuda de Claire, Cindy e da sua advogada de defesa, Yuki Castellano.
Com a leitura de O Dia da Caça (Resenha), pude entender o motivo que levou James Patterson a esse sucesso indiscutível. Desde então, minha vontade de continuar devorando as obras do autor apenas aumentou, conforme as resenhas positivas apareciam dia após dia. A segunda oportunidade veio com mais um livro incrível e que tem a companhia da romancista e jornalista Maxine Paetro, que acredito dar o toque feminino nas personagens, já que as personalidades de todas elas são bem definidas, o que talvez uma mulher pode fazer com mais competência, apesar de se tratar de James Patterson.
Apesar de não ser o primeiro livro – o que em nenhum momento impede a leitura -, conhecemos aos poucos a história de todas as personagens, principalmente de Lindsay Boxer. A tenente tem uma personalidade forte, o que é característico em todas que trabalham na área, e se aproveita disso para conseguir descobrir as peças que faltam e assim formular as teorias que podem vir ajudá-la a desvendar a série de assassinatos.
Como também acontece no livro protagonizado por Alex Cross, em 4 de Julho acompanhamos a narração de todos os crimes, mas dessa vez a narrativa não é tão forte – apesar de que isso é difícil quando se trata de um crime -, por isso não existe mais desculpa para os que evitam ler romances como esse. Mesmo com muitas mortes, esse não é bem o ponto alto do livro, por isso não tenha medo.
Dividido em seis partes (Ninguém Se Importa, Férias Inesperadas, De Volta À Ativa, Chuvas e Trovoadas, Um Mar de Rosas), incluindo o Epílogo, o livro mostra bem a preparação da protagonista para enfrentar o julgamento que pode mudar o rumo de sua carreira que sempre foi muito bem sucedida. O interessante de tudo, além da investigação, é o fato de mostrar bem – assim como encontramos nas séries de TV - a justiça norte-americana, ainda que esse não seja o foco principal.
Mantendo o ritmo acelerado que faz parte de seu estilo de escrita, James Patterson proporciona uma leitura agradável e ágil, colocando nas páginas – que sim, viram sozinhas – muita investigação, ação, humor e romance, como não poderia faltar. A série Clube das Mulheres contra o Crime é sem dúvida indispensável para todos os fãs do gênero, ainda que o livro tenha um pequeno detalhe no enredo que pode virar uma crítica para os que não gostam de ser surpreendidos no final, porque de alguma forma, Patterson e Paetro me surpreenderam e no meu caso essa surpresa foi mais do que agradável.

“Meus instintos investigativos estavam à flor da pele. Eu era uma policial sem casos para resolver, uma agente sem trabalho. Não queria ler sobre homicídios. Queria eu mesma conseguir as informações”. (pág. 64).

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