Fúria de Titãs 2 (Clash ot the Titans 2: Wrath of the Titans)

Resenha: A mitologia grega talvez seja a mais usada por cineastas do mundo todo - sobre tudo os hollywoodianos - e ninguém pode discordar que a história por trás de cada elemento ajuda na construção de ótimos enredos. Ainda assim, nem sempre encontramos histórias originais, é o caso de Fúria de Titãs 2, que dá continuidade ao filme lançado em 2010.
Até mesmo os deuses sofrem com as consequências dos homens. Neste caso, eles estão se enfraquecendo devido a falta de orações por parte dos humanos, o que ajuda Hades (Ralph Fiennes) e Ares (Édgar Ramírez) a elaborarem um plano contra Zeus (Liam Neeson) e Poseidon (Danny Huston). Perseus (Sam Worthington), um semideus que leva uma vida comum em uma pequena vila onde cria seu filho (John Bell) deve entrar em ação para salvar os deuses das mãos dos principais vilões da história.
Quem aprecia mitologia, seja ela grega ou não, sabe como são grandes as possibilidades de criar uma ótima história que conquiste o telespectador de uma maneira diferente. São diversos deuses, semideuses ou apenas lendas que nem sempre foram usadas, o que poderia gerar sucessos. O grande problema se deve ao fato de poucas histórias se aproveitarem realmente disso e encontramos, em grande maioria, a mesma fórmula: o personagem que nada tem a ver com o que está acontecendo, mas que é o único capaz de ajudar a resolver a situação.
Fúria de Titãs 2 não fica distante de ter a mesma premissa de seu antecessor e mostra mais uma vez Perseus precisando ajudar e mostrar o poder que tem por ser semideus. Dez anos se passaram e o personagem está mais maduro e o receio não é o mesmo de antes, quando se recusava a ser filho de um deus. Perseus agora se preocupa em proteger o próprio filho e percebemos, ao longo do filme, uma relação bacana entre eles – sendo que essa relação é a única que se destaca.
Quem gostou ou não do primeiro filme vai encontrar uma evolução, não apenas na história do personagem principal, como também na atuação de todos os atores que voltam a participar do filme, como é o caso do próprio Sam Worthington. Liam Neeson também merece seu destaque por interpretar Zeus e é com ele, já nos últimos minutos, que encontramos a melhor cena entre os dois filmes. Por fim, Rosamund Pike, que interpreta Andromeda - e que possui grande importância para a história - engrandece com seu talento e também com sua beleza, assim como aconteceu em seus outros trabalhos.
Um dos problemas quando se trata das personagens é o desenvolvimento da relação entre alguns deles. Os sentimentos não são bem desenvolvidos, eles apenas surgem, sem mais nem menos. Com um filme tão curto (1h39min), sentimos que poderia ser um pouco maior. Um pouco melhor.
As cenas de ação e os efeitos usados também são de grande evolução em relação ao primeiro filme, o que se pode concluir que os produtores aprenderam com os erros e fizeram por merecer a chance de ter essa continuação, que só aconteceu devido a bilheteria de Fúria de Titãs. Como gostei do primeiro filme, posso dizer que Fúria de Titãs 2 foi ainda superior, mas faltou os detalhes que fariam a diferença caso usados. Quem também gostou, pode assistir sem medo; quem não gostou do primeiro, é bom ter certo receio antes de assistir.