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| Foto: Marcio Rodrigues/Fotocom.net |
Para um atleta, conquistar uma medalha olímpica tem grande significado. Conquistar essa medalha na véspera de um aniversário pode torná-la ainda mais especial. Foi o que aconteceu com a judoca gaúcha Mayra Aguiar, que conquistou uma medalha de bronze na véspera de seu 21º aniversário.
A jovem Mayra Aguiar ocupa o 1º lugar no ranking mundial na categoria meio-pesado e chegou à Londres com o favoritismo ao seu lado. Após ser eliminada ainda na primeira luta nos últimos jogos, em Pequim 2008, Mayra estava focada em busca do ouro e estreou contra a tunisiana Hana Mareghni. Foi uma luta fácil, porém, mesmo sendo mais agressiva, a brasileira demorou em garantir a classificação. A luta precisou seguir até que, com um golpe, a brasileira obtivesse seu primeiro wazari. A partir de então foi apenas administrar e logo a adversária tomou sua terceira advertência. A classificação da brasileira, que já estava em mãos, apenas se confirmou.
Contra a polonesa Daria Pogorzelec, Mayra Aguiar também não encontrou dificuldades e com pouco mais de um minuto de luta, aplicou um golpe quase perfeito e garantiu seu primeiro wazari. O segundo wazari veio com uma imobilização e a brasileira se garantiu entre as quatro melhores dos Jogos Olímpicos Londres 2012.
O que todos esperavam era uma final entre Mayra e a americana Kayla Harrison, mas essa luta aconteceu já nas semifinais e Mayra não passou por sua maior rival. Foi uma luta acirrada desde o início e a brasileira conseguiu se defender das primeiras tentativas de golpes da adversária. Ela também tentou acertar seus golpes, mas foi em vão. O primeiro yukko da adversária aconteceu faltando 1m04s para o fim e isso obrigou Mayra a partir pra cima, mas a brasileira acabou caindo em uma imobilização e desistiu. O ouro não seria mais possível, no entanto havia a chance da medalha de bronze.
Para a luta contra a holandesa Marhinde Verkerk, Mayra enfrentou a pressão do favoritismo e as dores que sentia desde a luta anterior. Com precaução, a brasileira se defendeu das primeiras tentativas e conseguiu o golpe perfeito com apenas 1m24s de luta. O dia 02 de agosto de 2012 entrou para a história de sua vida e na véspera de completar 21 anos, Mayra passou a ser uma medalhista olímpica.
Antes de iniciar a competição nas Olimpíadas, a Confederação Brasileira de Judô esperava conquistar quatro medalhas e superar o recorde anterior, de três medalhas em uma única edição dos jogos. Após as conquistas de Sarah Menezes, Felipe Kitadai (Imagem da Semana 82#) e Mayra Aguiar, o judoca Rafael Silva, da categoria pesos-pesados (acima de 100kg) tinha essa responsabilidade e no último dia do judô, conquistou a terceira medalha de bronze para o Brasil.
Baby, como é conhecido, iniciou a trajetória rumo ao pódio olímpico contra o islandês Thormodur Jonsson. Foi uma luta rápida e já na segunda tentativa de golpear o adversário, o brasileiro conseguiu conquistar o ippon e garantir sua passagem para as oitavas-de-finais.
Na fase seguinte, o adversário de Rafael Silva foi o lituano Marius Paskevicius e dessa vez o brasileiro teve dificuldade para avançar pra próxima fase. Seus golpes não encaixavam e chegou a ser advertido. Com isso, precisou evitar uma nova advertência, o que daria um yokko para o lituano. A luta continuou pegada e Marius também foi advertido. Sem nenhuma pontuação, a luta foi para o Golden Score e Baby conseguiu o golpe perfeito, passando para a fase seguinte.
Contra o tricampeão mundial, o russo Alexander Mikhaylin, Baby não foi totalmente eficiente em seus golpes, como se esperava depois das lutas anteriores. O diferencial foi a defesa do brasileiro, sempre funcionando muito bem. O russo era mais ativo no ataque, mas o tempo normal terminou sem nenhuma pontuação e isso se repetiu também no Golden Score. A decisão ficou nas mãos dos árbitros, que no final, levantaram a bandeira azul, cor usada pelo russo nessa luta.
Rafael Silva ainda tinha a chance de faturar o bronze e na repescagem enfrentou o húngaro Barna Bor, companheiro de treinos do brasileiro. A luta foi semelhante a disputa anterior e o brasileiro teve dificuldades para tentar derrubar o adversário, mas também não foi derrubado e a luta terminou os primeiros cinco minutos empatada. No Golden Score isso se repetiu e novamente foram necessárias as bandeiras dos árbitros, porém dessa vez o brasileiro levou a melhor. Faltava apenas uma luta para o almejado bronze.
O adversário de Baby na disputa pelo bronze foi o sul-coreano Kim Sung-Min e pela quarta vez a luta do brasileiro não foi decidida em sua primeira parte. Dessa vez, no Golden Score, o brasileiro precisou apenas aguardar pela segunda punição de Sung-Min. Quando a punição veio, Rafael Silva ganhou um yuko e assegurou seu lugar no pódio, encerrando a melhor campanha do judô brasileiro em Jogos Olímpicos.
A natação brasileira era a grande esperança de medalhas para o Brasil, principalmente com César Cielo, campeão dos 50m livres em Pequim 2008. A primeira medalha do esporte veio ainda no sábado (28), primeiro dia de competições, com o nadador Thiago Pereira nos 400m medley. Competindo ao lado de Michael Phelps, maior medalhista de todos os tempos, o brasileiro fez um tempo de 4m08s86 e ficou atrás apenas do norte-americano Ryan Lochte, conquistando a primeira prata do Brasil nesses jogos. Phelps, o favorito, ficou fora do pódio.
Na sexta-feira (03), penúltimo dia de competições na natação, César Cielo caiu na piscina em busca do bicampeonato olímpico na prova mais rápida da natação. O brasileiro Bruno Fratus também se classificou para a final e todos queriam uma dobradinha verde e amarela. Cielo, que nos últimos anos conquistou tudo nos 50m livres, pretendia continuar no domínio, porém foi superado pelo francês Florent Manaudou e pelo norte-americano Cullen Jones, ficando apenas com o bronze. Fratus foi o 4º colocado. Após a prova, Cielo declarou: “Não foi uma tristeza completa porque peguei medalha. Acho que poderia ter feito melhor sim, pelo menos o melhor tempo da minha vida. Mas o francês fez uma grande prova e mereceu ganhar”.













