O Código da Vinci: Edição especial para jovens, Dan Brown, tradução de Celina Cavalcante Falck-Cook, 1ª edição, São Paulo-SP: Arqueiro, 2016, 312 páginas.
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Um assassinato dentro do Museu do Louvre traz à tona uma sinistra conspiração para revelar um segredo protegido por uma sociedade secreta desde os tempos de Jesus Cristo.

Com a ajuda da criptógrafa Sophie Neveu, o professor de Simbologia Robert Langdon segue pistas ocultas nas obras de Leonardo Da Vinci e se debruça sobre alguns dos maiores mistérios da cultura ocidental – do sorriso da Mona Lisa ao significado do Santo Graal.
Mais estranho? Um homem agonizante se entrincheira na galeria, tira a roupa, desenha um pentagrama no próprio corpo e escreve no assoalho uma acusação misteriosa. Por acaso haveria algo que não fosse estranho em todo esse incidente” (pág. 34).
Dan Brown conquistou uma legião de fãs ao apresentar o simbologista Robert Langdon, mas foi preciso que o livro O Código da Vinci fosse adaptado ao cinema para que a obra do escritor norte-americano ganhasse proporções gigantescas. O impacto que a obra causou pode ser facilmente exemplificado com o recente lançamento de uma edição especial para jovens. Edição essa que me fez voltar ao ano de 2009, quando conheci e passei a admirar todo o trabalho do escritor.

Embora o lançamento de O Código da Vinci: Edição especial para jovens tenha despertado em mim o desejo de reler um dos meus livros favoritos, demorei a compreender o motivo de ser lançado um livro como esse. Na verdade, mesmo após a leitura, me parece mais um livro para se vender do que propriamente para facilitar a compreensão dos jovens, visto que a diferença entre esta e a obra original é sútil e, ao meu ver, quase insignificante.

É bem verdade que algumas coisas foram alteradas, mas estas só são percebidas quando paramos para comparar trechos entre as duas versões. Na leitura em si parece exatamente a mesma coisa. Um exemplo disso está na maneira como são descritas algumas cenas, visto que na adaptação existe uma riqueza de explicações muito maior do que na versão original — talvez uma forma de subestimar o leitor jovem. Seguindo o exemplo publicado pelo blog Página Cinco, fica fácil compreender:

Original
“A cinta de cilício eriçada de espinhos que usava em torno da coxa lacerava-lhe a carne, mas mesmo assim a sua alma cantava de satisfação pelo serviço prestado ao Senhor”.

Edição especial para jovens:
“Ele usava uma corrente de espinhos em torno da coxa – um cilício. Todos os verdadeiros seguidores do Caminho usavam esse acessório – um cinto de couro com espinhos afiados de metal que causavam dor – como lembrança do sofrimento de Cristo na cruz. Mesmo assim, sua alma cantava de satisfação pelo serviço prestado ao Senhor”.

Mas, deixando as comparações de lado, mesmo porque os exemplos supramencionados já dizem tudo, ler a obra de Dan Brown como um todo é um prazer imensurável, principalmente para alguém que adquiriu o hábito da leitura graças aos seus livros, como é o meu caso. A versão para jovens narra exatamente a mesma história, mas não deixa de ser surpreendente os caminhos percorridos pelo autor ao narrar a incansável e perigosa aventura em busca da verdade sobre o código que dá título ao livro.

Se existe uma diferença entre a primeira e a segunda leitura, talvez seja mais o fato de as coisas parecerem mais óbvias. Mas se por conhecer a história como a palma da mão ou porque realmente a verdade esteve sempre escancarada, para quem quer que quisesse descobrir, não dá para dizer. O que dá para dizer sem a menor dúvida é que tratar temas tão polêmicos com maestria e transmitindo tanta verdade, apesar de todos os pesares, só poderia acontecer pelas mãos de um escritor diferenciado como Dan Brown.

Após tantos anos de seu lançamento original, falar sobre a história de O Código da Vinci é pedir para se tornar cansativo, porém, sobre a sua versão para jovens, embora acredite que a diferença é quase insignificante, dá para afirmar com toda a certeza do mundo que vale a pena dedicar algumas prazerosas horas saboreando mais uma vez uma história incrível envolvendo a obra de Leonardo Da Vinci, o Santo Graal e a vida de Jesus.

Sem contar que em sua nova edição a obra conta com fotos belíssimas que tornam a experiência de leitura ainda mais especial, afinal fica fácil se situar dentro dos cenários e obras de arte importantes para todo o enredo dessa que foi a segunda aventura de Robert Langdon.
“Levando a mão ao bolso, tocou o segundo objeto que lhe dava autoconfiança: o revólver. Como esperado, os detectores da abadia haviam dado alarme quando o mestre passara com a arma escondida. Também conforme o esperado, os guardas haviam-no deixado entrar na hora em que o mestre lhes lançou um olhar indignado e mostrou suas credenciais. Altos postos na hierarquia sempre inspiravam o devido respeito” (pág. 250).

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