Um anime que vi alguns episódios em meados de 2008, porém que só agora tive vontade de continuar assistindo. Confesso que naquela época, Shijou Saikyou no Deshi Kenichi, não me agradou tanto, mas agora, ao voltar a assistir, vi esse animê com outros olhos e chegou uma hora que não parava mais de assistir. Um animê que engloba diversas artes marciais, e que mostra, acima de tudo, a determinação que o personagem principal tinha para ficar mais forte e cuidar de seus amigos.
O mangá Shijou Saikyou no Deshi Kenichi, criado por Syun Matsuena, estreou na Shōnen Sunday em agosto de 2002, e é lançado até hoje, tendo atualmente 43 volumes. Já o animê, dirigido por Hajime Kamegaki e produzido no estúdio TMS Entertainment, passou na TV Tokyo entre outubro de 2006 e setembro do ano seguinte, totalizando 50 episódios. No animê temos o arco que vai do inicio do treinamento de Shiharama Kenichi, até o confronto final com a gangue Ragnarok, ou seja, até o capítulo 143 do mangá. Ao longo dos 50 episódios, temos duas aberturas: Be Strong (1-25) de Kana Yazumi e Yahhō (26-50) de Diva x Diva, além de cinco encerramentos, destaque para A message from Heart (46-49) que é encerramento de uma das partes mais marcantes da animação.
Como já foi dito, o personagem principal é Shiharama Kenichi, um garoto fraco, que certo dia, enquanto está indo para a escola, conhece - de uma forma nada amistosa - a bela Furinji Miu, que mais tarde descobriria que era uma nova aluna. Ao conhecer melhor Miu, Kenichi descobre que ela vive em um dojo, onde há mestres em diversas artes marciais, e por querer se tornar mais forte, para proteger seus amigos, Kenichi resolve ir para esse dojo. Além dos diversos companheiros de sua escola, há seu amigo ET Haruo Niijima, que além de bisbilhotar tudo o que Kenichi faz, coloca o garoto nas piores encrencas possível, um verdadeiro amigo da onça. Alias, Niijima cria a Aliança Shinpaku, que ele espalha para todo mundo, que o assustador Kenichi (quando este já está forte, é claro) é um dos líderes dessa tal aliança.
O dojo onde Miu mora, é o Ryōzanpaku, que é comandado pelo seu avô, Furinji Hayato, chamado diversas vezes de ancião, que apesar de sua fisionomia assustadora, é um bom homem. Além de Miu e seu avô, temos no Ryōzanpaku, o mestre em Karatê Sakaki Shio, que só de olhar para ele, a pessoa já se sente intimidada, porém, Sakaki não passa de um mentiroso, com um bom coração, disposto a ajudar seu discípulo favorito (sim, estou falando de Kenichi). O tailandês Apachai Hopachai, é o mestre em Muay Thai, e apesar de ser muito forte, não passa de um bobo, que vive falando 'Apa' (é bobo, mas não deixa de ser assustador, acredite). Kōsaka Shigure é uma linda mulher, mestre de armas, que tem um rato como um animal de estimação. Shigure é uma verdadeira ninja, que aparece nos lugares mais inusitados, e sempre com um olhar e jeito de falar sinistro. O chinês Ma Kensei é o mestre em Kenpo, que apesar de ter certa idade, continua sendo um pervertido de primeira, sempre querendo tirar fotos das garotas, principalmente de Miu. Ele era um grande lutador quando jovem, e foi para o Japão deixando esposa e filhos. Por fim, o mestre em Jiu-jitsu é Kōetsuji Akisame, que além de filósofo, também é ortopedista e artesão. Ao longo do tempo, cada um dos mestres mostra a Kenichi, o que tem de melhor em cada uma das artes marciais, para que assim, Kenichi conseguisse concluir seu objetivo. Engana-se quem pensa que Kenichi tem treinos leves. Ele sofre e muito nas mãos de seus mestres, apanhando e passando sempre pelos mais esquisitos treinamentos, mas sempre guardando algo importante para seu futuro.
Como já foi dito, o animê se baseia, além dos ensinamentos dos mestres de Kenichi, em sua luta contra a gangue Ragnarok. Como o próprio nome da organização já sugere, os líderes da gangue, chamado também de Oito Punhos, recebem nomes de deuses da mitologia nórdica, como Odin, Thor, Freya, Loki, entre outros. Com o tempo, a bravura de Kenichi, faz com que a Ragnarok se desfaça aos poucos, dando a quem assiste diversas lutas interessantíssimas.
Um anime que além de mostrar a coragem de um personagem, também traz lindas e guerreiras mulheres/garotas, homens que são verdadeiras feras das artes marciais (não pense que as mulheres ficam atrás); alguns covardes, que usa das mais diversas táticas para se livrar de uma briga (é o caso de Niijima) tudo isso com uma pitada de humor. Ao meu ver, Shijou Saikyou no Deshi Kenichi, nos mostra que a qualidade dos animês vem se superando a cada ano que passa. Não que a qualidade de SSDK seja ruim, mas acredito que se fosse algo recente teríamos uma animação ainda mais empolgante, principalmente por ter sido produzida em um estúdio que já tem mais de quarenta anos de sucesso.
O que mais chama atenção nesse trabalho de Matsuena, é a forma com que ele trabalha cada uma das artes marciais, principalmente por mostrar que se deve usar uma arte marcial, apenas para defesa, e não para outras coisas, como acontecia na Ragnarok. Ele faz de seu personagem principal, um idealizador (se é que posso chamar assim) para mudar a ideia de muitos em relação as artes marciais. Além é claro, de mostrar a superação que alguns personagens têm com o decorrer do animê, bem como a força de vontade, a garra, e disposição em aprender a fazer bem, até porque, em cada uma das lutas, Kenichi se lembra de algo que seus mestre lhe mostrara, e usa disso para acabar de vez com as mais difíceis lutas. Kenichi é quem mostra aos seus adversário, o significado de ser um lutador de arte marcial, tirando muitos deles da vida de vagabundo e delinquente.
Há diversas lutas ao longo dos 50 episódios, no entanto, nada supera os últimos 5/6 episódios. A batalha final contra a Ragnarok é uma das coisas mais perfeitas que já vi, em um anime do gênero. São diversas lutas, uma seguida da outra, com golpes e histórias incríveis. O que é chato, é saber que quando chegar ao fim dessa batalha, não teremos uma continuação. Acho que os estúdios/TVs japoneses poderiam rever isso. Os fãs agradeceriam.
Enfim, é um animê recomendadíssimo, principalmente se você gosta de artes marciais. Você entenderá um pouco da história dessas artes, bem como um pouco da mitologia nórdica, com um animê agradável e divertido, principalmente a partir da segunda metade.

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