O Céu Está em Todo Lugar, Jandy Nelson, 1ª Edição, Ribeirão Preto: Novo Conceito, 2011, 424 páginas.

Desde que a editora Novo Conceito divulgou que O Céu Está em Todo Lugar seria seu próximo lançamento, a sinopse mostrou que esse poderia ser um livro de grande sucesso, tive a certeza disso quando recebi um exemplar. Depois de adiar a leitura – devido a outros livros de parceria – enfim dediquei meu tempo para essa grande leitura, e posso garantir que não foi tempo perdido. Lançado originalmente em 2010 com o nome The Sky Is Everywhere, o livro escrito por Jandy Nelson foi considerado por diversos meios o melhor livro do ano, e é um status merecido. A autora, que mora em São Francisco, é agente literária e poetisa, ama a Califórnia e estreou no mundo literário de forma magistral.
Perder uma pessoa que amamos é sempre dolorido, e essa dor atingiu Lennie Walker quando Bailey, sua irmã mais velha, morre de uma forma inesperada, deixando toda a família enlutada. Depois de sentir a dor da perda, Lennie começa a voltar a sua rotina e conhece Joe Fontaine, um músico que acabou de chegar a cidade. Nesse meio tempo, ela reencontra Toby, o ex-namorado de sua irmã e acreditando que ele é o único capaz de sentir a mesma dor pela falta que Bailey faz, acaba se aproximando, mas a relação dos dois se transforma em algo diferente do esperado. Ao mesmo tempo, Lennie se apaixona por Joe, começando todo o desenrolar da história, que retrata esse triângulo “amoroso” e a forma  com que Lennie aprende a superar a perda de Bailey, a falta que sua mãe – que foi embora quando ela era pequena – e a relação dela com seu tio Big e sua avó. “Ao caminhar pelas sequoias, meu tênis absorve a chuva de vários dias; pergunto-me por que pessoas enlutadas se preocupam em usar roupas pretas, uma vez que a própria dor nos fornece um armário inconfundível. (pág. 29)”
Confesso que quando recebi o livro me surpreendi com tudo o que encontrei. Para começar, a capa que em si já é belíssima – talvez melhor até que a original – se torna ainda mais incrível quando pegamos o exemplar e sentimos a textura usada nesta capa. Com letras em azul, o inicio de todos os capítulos é com uma página com uma imagem do céu, e antes da maioria dos capítulos, temos imagens que mostram alguns escritos de Lennie que foram encontrados por toda a cidade, o que é explicado no final do livro. O Céu Está em Todo Lugar tem sem duvidas o melhor acabamento do país, ao menos este ano. “Costumava conversar muito com a Mãe pela Metade, mas esperava até que ninguém mais estivesse em casa para dizer: Imagino você, aí em cima, não como uma nuvem ou um pássaro ou uma estrela, mas como mãe, só que uma que mora no céu, que não faz alarde sobre a gravidade, que cuida da sua vida sendo levada pelo vento (pág. 241)”.
Contado em primeira pessoa por Lennie, o livro é dividido em duas partes e percebemos ao longo dele, todo sofrimento e a dúvida vivida por Lennie quando ela percebe que não deveria estar se apaixonando. Ela se culpa, pede perdão a sua finada irmã, mas ainda não se entrega ao abatimento, pelo contrário. Com suas palavras, nota-se a mudança que aconteceu com Lennie após a morte de Bailey, e também que ela é uma pessoa guerreira, prova disso é que consegue superar e ajudar as pessoas ao seu redor que sofrem tanto quanto ela por viverem esse momento triste. “Não acredito que o tempo cura. Não quero. Se curar, não significa que aceitei o mundo sem ela (pág. 258)”.
Acredito que consegui mostrar como Lennie é uma grande personagem, contudo, há diversas outras personagens que cativam ainda mais. A família dela com seu estilo aventureiro é o que tem de melhor, sobretudo tio Big, que apesar de não aparecer o tempo todo, sempre é um motivo para ler com ainda mais vontade, tamanha sua simpatia. Sua melhor amiga, Sarah, também é uma personagem especial, pois ajuda Lennie em alguns momentos da narrativa, além de ser uma pessoa interessante. Joe e Toby também tem muito a que passar, e tenho certeza que haverá a torcida para que determinada personagem fique com Lennie.
Um ponto que chama atenção no livro é a referência que a autora faz a diversos filmes e livros. A personagem principal, que já leu o livro O Morro dos Ventos Uivantes mais de vinte vezes, compara sua vida aos personagens principais deste livro. A música também é constantemente lembrada, já que tanto Lennie, como Joe, são músicos, e é assim que a relação dos dois passa a se tornar mais especial. Joe inclusive apelida Lennie com o nome de um grande nome da história da música.
Apesar de ser um livro relativamente longo, com suas 424 páginas, é uma leitura fácil, rápida e envolvente. Além do mais, traz uma mensagem muito bonita sobre a relação familiar e também amorosa. Em diversas partes do livro, Lennie e as demais personagens passam alguma mensagem que permanece em nossa mente, fazendo-nos pensar sobre o assunto.
Com isso, percebemos que O Céu Está em Todo Lugar possui uma grande história, apesar de tudo ser muito previsível e simples. Com um grande acabamento e diagramação perfeita, tudo se torna ainda mais esplêndido. Uma leitura recomendadíssima para todos aqueles que apreciam uma história de amor entre adolescentes, e que mostra a mudança existente em uma personagem após um momento triste que esta passou. “Tento me esquivar da imensa melancolia, mas não consigo. É um esforço tão colossal não me deixar assombrar pelo que perdi, e, sim, permitir-me encantar pelo que foi (pág. 416)”.
Novamente agradeço a Novo Conceito por essa excelente leitura e aproveito para convidar aqueles que lerem a resenha, a participar da promoção que estamos realizando ao lado da editora, valendo kits de A Jornada e Beijada por um Anjo 4. Caso queira participar, clique aqui.

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