Estreia: 14 de outubro de2011
Resenha: No cinema, constantemente nos deparamos com filmes que são adaptações de livros que fizeram muito sucesso, e é justamente por isso que na maioria das vezes nos decepcionamos. Apesar de um bom filme, Qual seu número?, baseado na obra de Karyn Bosnak (resenha aqui) recentemente lançado pela editora Novo Conceito, é um tipo de adaptação que cria uma pergunta ao final do filme: Isso era realmente preciso?
No filme, assim como no livro, a personagem principal, Ally Darling (Anna Faris), acaba de perder o emprego e fica espantada ao descobrir que a média de parceiros sexuais de uma mulher, ao longo da vida, é de 10,5, e que quem ultrapassa esse limite, tem grandes chances de ficar sozinha. Com medo de não encontrar sua alma gêmea, e não querendo atingir a marca de 20 homens, Ally decide correr atrás de todos aqueles que já haviam se relacionado, e conta com a ajuda de Colin (Chris Evans), seu vizinho músico, mulherengo, que não se preocupa com número de parceiras e que ainda é metido a detetive. A aventura de Ally terá muitas confusões, decepções e claro, situações engraçadas.
É óbvio que seria impossível, com uma história como essa, não abordar de forma intensa situações e piadas envolvendo o sexo, e ao contrário de muitas comédias românticas, dessa vez temos algo bem besta, no bom sentido, mas interessante de se assistir. Até o momento em que lembramos que é uma adaptação. Adaptação de um livro bem escrito, mesmo com todo o moralismo.
Assim como aconteceu no livro, sempre que a personagem se encontra com um de seus antigos parceiros, temos um curto flashback para que possamos entender o motivo daquele relacionamento não dado certo. Temos também uma ou outra cena mais quente, e apesar de não ser exageradas, não ajuda muito com a continuidade do filme. Diversas são as cenas engraçadas, contudo, as melhores partes do livro ficaram de fora.
Anna Faris, com toda sua beleza e a sempre impecável atuação, interpreta bem a personagem criada por Bosnak, e apesar de alguns detalhes, não consigo ver outra atriz no papel de tal personagem. Até nos momentos mais bizarros, não temos o que reclamar de Faris, o que também acontece com Chris Evans, que faz dignamente o personagem crianção, mulherengo e com atitudes estranhas. E machistas. O casal ajuda para que a adaptação não seja um fiasco.
Por fim, Gabrielle Allan e Jennifer Crittenden escreveram um roteiro bem fraco, cortaram as melhores cenas e criaram um final diferente, mas tão igual. Um roteiro fraco, mesmo com todas as situações engraçadas, e que procura conquistar, sobretudo o público feminino. É válido, afinal, muitas comédias românticas fazem o contrário, mas poderiam deixar para fazer isso com outra história, se possível, sem que fosse original de um livro. E um livro bom, como foi Qual seu número?.