As Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne (The Adventures of Tintin: The Secret of the Unicorn)

Resenha: Não é preciso muito para se interessar pelo filme As Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne. Para começar, o personagem criado pelo belga Hergé e que há décadas possui fã pelo mundo todo; a direção de Steven Spielberg, que também tem seu nome marcado. Com esses dois pontos o filme já passa a ser interessante e tudo fica ainda melhor quando sentamos e apreciamos mais um magnífico trabalho – que também tem suas qualidades e defeitos - do diretor.
Assim como nos quadrinhos de Hergé, o filme conta a história do jovem jornalista Tintim (Jamie Bell), que ao lado de seu cachorro Milu enfrenta as mais diversas aventuras, sempre em busca de uma boa matéria e assim ajudando aqueles que precisam. Certo dia Tintim se depara com um galeão a venda e não demora a compra-lo, porém é surpreendido com ofertas para revendê-lo, o que não faz.
Depois de algumas confusões, Tintim descobre que o objeto adquirido possui uma grande história e que nele há a pista para um tesouro. Ele então enfrenta algumas dificuldades, até que se encontra com o capitão Haddock (Andy Serkis) e juntos passam a investigar e a se aventurar na busca pelo segredo do Licorne. E isso é só o começo.
Impossível falar desse filme sem antes citar a incrível abertura – em 2D - criada por Spielberg, onde os personagem dão apenas um aperitivo daquilo que está por vir. Apesar de simples, é muito bem feita e merece esse destaque. Como também o cachorro Milu é uma atração a parte, mas que não tem muito o que falar, a não ser que é fantástico e que tem sua importância.
Como já era de se esperar, encontramos uma grande aventura que tem seus prós e contras, mas que é recheada de mistérios, ação, uma leve investigação e claro, personagens marcantes. Acho difícil encontrar algum filme – ou série – que a maioria dos personagens são agradáveis e isso acontece aqui. Tanto com o capitão Haddock, muito importante para a trama e com um jeito único – bizarro - e engraçado, como também com as atrapalhadas de Dupond (Simon Pegg) e Dupont (Nick Frost), que também são bem engraçados. Até mesmo os vilões possuem características marcantes.
A animação de As Aventuras de Tintim é uma das melhores já vistas, e merecia ter sido indicado ao Oscar, e por que não ser o vencedor – apesar de que o ganhador Rango (Resenha) também mereça tal prêmio. Usando a técnica de captura de movimentos e expressões, a animação ganha um leve toque de realismo, o que deixa tudo perfeito. Nesse ponto não tem como se superar.
Mas como disse no inicio até mesmo um excepcional filme tem seus pontos fracos, e neste caso se deve a alguns exageros e a forma como o filme se torna um pouco cansativo em determinados momentos. Claro que isso não é sempre que acontece, e quando chega a esse estado, não demora a voltar à ação que está presente em grande parte da animação.
Tintim é Tintim, Spielberg é Spielberg; juntos nos proporcionam uma animação com tudo capaz de agradar e surpreender aqueles que assistirem. Vale a pena, principalmente para os verdadeiros fãs do personagem, que em 2012 foram presenteados com essa animação e que já podem esperar por uma nova aventura, que dessa vez será dirigida por Peter Jackson, enquanto Steven Spielberg fará a produção – invertendo os papéis. Recomendado.