Millennium – Os Homens Que Não Amavam as Mulheres (The Girl with the Dragon Tattoo)


Resenha: Algumas adaptações possuem tantas críticas positivas que fica difícil esperar a leitura para assisti-las. A versão hollywoodiana de Millennium - Os Homens Que Não Amavam as Mulheres - baseado no primeiro livro da trilogia do sueco Stieg Larsson – faz parte dessas adaptações, que mesmo sem leitura, compensou e muito conferir o longa metragem.
Mikael Bomkvist (Daniel Craig) é um jornalista investigativo da revista Millennium e passa por um momento difícil de sua carreira. Aproveitando esse momento, Bomkvist aceita trabalhar para Henrik Vanger (Christopher Plummer) que mesmo depois de anos, ainda não sabe o que aconteceu com sua sobrinha, Harriet Vanger (Moa Garpendal), que desapareceu misteriosamente. Paralelamente à investigação do jornalista, a jovem investigadora particular Lisbeth Salander (Rooney Mara) também enfrenta dificuldades, até que ambos se encontram e passam a trabalhar juntos, visando descobrir a verdade envolvendo o caso de Harriet.
Como não conhecia o enredo, a expectativa era grande, afinal, há muitos elogios sobre todos os pontos que envolvem Millennium. Depois de conhecer – pelo menos em termos – posso dizer que é tudo fantástico, desde a história, como também as personagens, sempre marcantes e com algo para passar. Não posso fazer comparações, mas é claro que por ser uma adaptação – e um remake -, algo pode ser deixado de lado e não agradar a todos, no entanto, nesse caso, até os fãs da trilogia ficaram satisfeitos – a Eduarda do blog BookAddict está nessa lista, e foi graças a sua opinião (leia aqui) que assisti ao filme.
A maneira como a história foi construída ao longo das mais de duas horas de filme foi fantástica, dando espaço inclusive a alguns flashbacks, proporcionando um ar bem investigativo ao filme. Claro que também não posso comparar a versão hollywoodiana com a versão sueca, mas já é difícil imaginar algo diferente – e melhor – do que o proposto pelos produtores dessa versão.
Versão essa que não tenta deixar o filme mais leve, já que até mesmo quem não conhece a história percebe que essa não era a intenção do autor – pelo menos é o que parece -. Outro ponto interessante é a forma como são mostradas as cenas, com maestria no jogo de câmeras e na fotografia, bem trabalhada para retratar o cenário que envolve a história. A trilha sonora criada por Trent Reznor e Atticus Ross também não deixa a desejar, incluindo até mesmo covers, como Immigrant Song, de Led Zeppelin.
Além da história fantástica, a atuação dos atores principais merece destaque, principalmente Rooney Mara, que está incrível, do inicio ao fim. Sua personagem já tem algo diferente e marcante, mas Mara a deixa ainda mais inesquecível, não apenas por suas atitudes, como também por sua personalidade e por seu estilo. Uma personagem que está presente nas cenas mais complexas e que a atriz interpreta com maestria. Daniel Craig também é uma personagem marcante e que possui algumas características únicas, o que talvez seja necessário em todos os filmes do gênero. Até mesmo Christopher Plummer, que apareça em poucos momentos, atua de maneira perfeita, ou seja, um elenco digno de um bom filme.
Com tudo construído perfeitamente, era necessário que um final acontecesse do mesmo modo, e na minha visão isso de fato ocorre. Há sim a chance de aqueles que conheciam a história discordar, o que duvido que aconteça. Portanto, é um filme incrível e recomendado a todos, pelos mais variados motivos – incluindo o suspense, ação, interpretação, trilha sonora e outros pontos -. Agora resta esperar pelos próximos filmes e não demorar mais para conhecer a trilogia.