
Quem o comprou, pode atestar aquilo que vou dizer agora: a quantidade de updates lançados para o game até agora é bem grande. Particularmente, só sofri um único problema com o game, o qual foi resolvido através de uma rápida reinicialização. E o sucesso do jogo é tamanho que, mesmo após o lançamento de muitos títulos de peso, como Dead Space 2 e tantos outros, Magicka não sai das primeiras posições na lista dos games mais vendidos no Steam, e neste exato momento, novamente, ocupa a primeira posição. Um feito e tanto, não? Vamos falar do game em si, agora. Magicka é um título fantástico. Um game que, sem dúvida, é um título obrigatório na coleção de qualquer pessoa que goste de RPG’s e/ou games com um forte senso de humor. A mistura de todos estes elementos, junto com a enorme criatividade dos desenvolvedores, resultou em um jogo único. Uma verdadeira “jóia rara” em um mercado tão saturado de games que utilizam sempre a mesma e “batida” fórmula. E por falar em fórmula, isto tem tudo a ver com Magicka. O jogo é muito viciante. Extremamente divertido. Muito bonito, com sua visão em perspectiva isométrica, seus gráficos coloridos e os diferentes e coloridos efeitos de cada magia, bem como seu enorme exército de criaturas fantásticas. A começar por sua “tela de abertura”, Magicka é um verdadeiro show: um livro com capa de couro é exibido, o qual deve ser aberto para fornecer acesso ao menu do game. A música tem tudo a ver com a temática do título, tanto enquanto nos menus quanto durante o jogo em si, vale lembrar.

O jogo é fortemente influenciado pela mitologia nórdica, e até mesmo os diálogos seguem esta “linha”. Não que os personagens falem em algum idioma específico. As palavras por eles proferidas se parecem mais com os bate-papos dos Sims, porém com uma forte influência nórdica, digamos. Mas não se preocupe: existem legendas em inglês para salvar a nossa pele. A entonação, as vozes, o sotaque dos magos e dos outros personagens, entretanto, são um ítem à parte, e representam outro fator muito engraçado no jogo.
No game, você é um mago que deve viajar até a cidade de Hávindr. Durante a viagem, você se deparará com situações e criaturas as mais estranhas e divertidas. Você se encontrará (e lutará contra) goblins (os quais têm medo de fogo), trolls, outros magos, druídas, homens-besta, e até com uma serpente mitológica chamada Jörmungandr. Cada uma destas criaturas, aliás, pode obrigar você a mudar de estratégia. Isto se reflete tanto na movimentação e na distância a ser tomada das mesmas, até nos elementos que você deverá conjurar para combatê-las. O protagonista também pode lutar sem utilizar magias, é claro. No decorrer do game você pode coletar espadas, machados, lanças, etc. Mas é claro que as magias representam o que há de melhor no tocante às lutas em Magicka.

Ele simplesmente “pede pra sair” dando as desculpas mais esfarrapadas que existem. Portanto, não conte muito com ele. Dê, isto sim, muitas gargalhadas com este vampiro mago. Ria, também, com os Goblins “tirando um barato da sua cara”, soltando sonoros: “nã nã nã nã nã nãããã”. A parte “central”, digamos, do gameplay, é a conjuração dos elementos. Existem 8 elementos à sua disposição, os quais estão atribuídos, cada um, a uma tecla. Isto pode ser facilmente visualizado no canto inferior esquerdo da tela. Os elementos são: Arcane, Lightning, Life, Cold, Fire, Earth, Shield e Water. As combinações são fantásticas e variadíssimas, e é possível combinar-se até 5 elementos diferentes, obtendo-se assim, é claro, resultados diferentes. Algumas combinações formam magias específicas que você pode consultar em sua lista de magias, e alguns elementos são opostos, o que significa que um anula o outro.

A infinidade de possibilidades aqui é tremenda, lembrando sempre que mais de um elemento pode ser combinado. Experimente conjurar Shield + Water para ver uma bonita barreira de núvens despejando uma bela chuva logo à sua frente. Lembre-se de que qualquer elemento pode ser lançado contra o próprio protagonista. Ao se molhar, por exemplo, algo contra-indicado aos magos, você pode disparar em si próprio uma rápida rajada de fogo. O elemento Life serve para cura: só tome cuidado para não curar seus inimigos, hein? Não pense, entretanto, que Magicka é um game fácil, pelo menos no modo singleplayer. Muitas vezes você se vê cercado por tantos inimigos, das mais variadas raças, que fica difícil até mesmo enxergar a sua barra de energia. Nestes momentos, o lançamento de magias no “padrão circular” pode ser uma boa saída, para você recuperar o fôlego. Não se esqueça também de utilizar com frequência o elemento Life em si mesmo.

Um dos grandes problemas de Magicka, entretanto, está ligado aos savepoints. O game contém savepoints suficientes para um gameplay livre de problemas. O grande problema é que caso você pare de jogar, ou seja, finalize o game, ao retornar, voltará para o início da fase, independentemente de qualquer coisa. Isto já não ocorre no modo multiplayer, entretanto. Espero sinceramente que a Arrowhead dê um “jeito” nesta parte. Muita atenção é necessária ao se jogar este belíssimo título da Arrowhead Game Studios, vale sempre ressaltar. Em determinados momentos, você pode (ou melhor, deve) observar quais elementos foram conjurados por determinado inimigo que possua esta capacidade, e utilizar esta informação a seu favor. Você deve também ter sempre em mente, e até mesmo decorar, quais combinações surtem melhores efeitos contra quais inimigos. Avançar aos poucos é uma boa estratégia, se você utilizar muita astúcia.

Magicka é um dos melhores games lançados no início de 2011. Representa algo novo e instigante. Sua proposta é bastante inovadora, e a mistura de jogabilidade simples com a enorme variedade de combinações de elementos que o jogador pode realizar faz do título uma verdadeira obra prima.