Magicka trata-se de um RPG de ação desenvolvido pela Arrowhead Game Studios e distribuído pela Paradox Interactive que, custando meros US$ 9,99, oferece toneladas e mais toneladas de elementos totalmente capazes de divertirem às mais variadas audiências. Isto porque Magicka é um game que contém humor, ação, elementos de RPG e gráficos bonitos, dentre outros, os quais conseguem cativar o gamer sem no entanto exigir uma placa de vídeo “parruda”. Mas Magicka é muito mais do que isto. Magicka foi lançado em 25 de Janeiro de 2010, e em menos de 24 horas vendeu mais de 30.000 cópias. É sabido que o game foi lançado com inúmeros bugs, mas a Arrowhead trabalhou duro para corrigí-los todos (e ainda está trabalhando), e até mesmo ajuda dos programadores da Paradox a desenvolvedora recebeu. Magicka, independentemente de você o comprar no Steam ou no GamersGate, é um “game versão Steam”. Ele será adicionado à sua conta junto ao Steam.

Quem o comprou, pode atestar aquilo que vou dizer agora: a quantidade de updates lançados para o game até agora é bem grande. Particularmente, só sofri um único problema com o game, o qual foi resolvido através de uma rápida reinicialização. E o sucesso do jogo é tamanho que, mesmo após o lançamento de muitos títulos de peso, como Dead Space 2 e tantos outros, Magicka não sai das primeiras posições na lista dos games mais vendidos no Steam, e neste exato momento, novamente, ocupa a primeira posição. Um feito e tanto, não? Vamos falar do game em si, agora. Magicka é um título fantástico. Um game que, sem dúvida, é um título obrigatório na coleção de qualquer pessoa que goste de RPG’s e/ou games com um forte senso de humor. A mistura de todos estes elementos, junto com a enorme criatividade dos desenvolvedores, resultou em um jogo único. Uma verdadeira “jóia rara” em um mercado tão saturado de games que utilizam sempre a mesma e “batida” fórmula. E por falar em fórmula, isto tem tudo a ver com Magicka. O jogo é muito viciante. Extremamente divertido. Muito bonito, com sua visão em perspectiva isométrica, seus gráficos coloridos e os diferentes e coloridos efeitos de cada magia, bem como seu enorme exército de criaturas fantásticas. A começar por sua “tela de abertura”, Magicka é um verdadeiro show: um livro com capa de couro é exibido, o qual deve ser aberto para fornecer acesso ao menu do game. A música tem tudo a ver com a temática do título, tanto enquanto nos menus quanto durante o jogo em si, vale lembrar. Ao iniciar o game pela primeira vez, você tem a oportunidade de participar de uma Dungeon que, na verdade, é um tutorial. Ali lhe serão explicados todos os princípios básicos do game: conjuração dos elementos, utilização de diversos elementos para a criação e o lançamento de magias, movimentação, coisas que um mago não pode fazer (nadar, por exemplo), etc. Você pode, é claro, ignorar esta Dungeon, o que não é recomendável. E a palavra “mágica” para fugir da mesma é: “Banana”. Em Magicka, os momentos de sarcasmo e cinismo não são poucos. O humor é intrínseco ao game, digamos. Até mesmo mudar a cor do traje do mago pode liberar uma conquista no mínimo inusitada. Ao realizar diversas mudanças de cores no traje do meu personagem, sem querer, liberei uma conquista chamada “Blue, no Yellow”. Se você acidentalmente, digamos, se matar utilizando o elemento “fogo”, você liberará também uma conquista chamada “state alchemist”. É muito bacana. O próprio jogo “brinca consigo próprio”. Em determinado momento, você ouvirá a frase: “they don’t make computer games like they used to do“. É muito bacana.

O jogo é fortemente influenciado pela mitologia nórdica, e até mesmo os diálogos seguem esta “linha”. Não que os personagens falem em algum idioma específico. As palavras por eles proferidas se parecem mais com os bate-papos dos Sims, porém com uma forte influência nórdica, digamos. Mas não se preocupe: existem legendas em inglês para salvar a nossa pele. A entonação, as vozes, o sotaque dos magos e dos outros personagens, entretanto, são um ítem à parte, e representam outro fator muito engraçado no jogo.
No game, você é um mago que deve viajar até a cidade de Hávindr. Durante a viagem, você se deparará com situações e criaturas as mais estranhas e divertidas. Você se encontrará (e lutará contra) goblins (os quais têm medo de fogo), trolls, outros magos, druídas, homens-besta, e até com uma serpente mitológica chamada Jörmungandr. Cada uma destas criaturas, aliás, pode obrigar você a mudar de estratégia. Isto se reflete tanto na movimentação e na distância a ser tomada das mesmas, até nos elementos que você deverá conjurar para combatê-las. O protagonista também pode lutar sem utilizar magias, é claro. No decorrer do game você pode coletar espadas, machados, lanças, etc. Mas é claro que as magias representam o que há de melhor no tocante às lutas em Magicka.
O jogo conta com um narrador, um mago chamado Vlad, o qual sempre comenta alguma coisa entre um capítulo e outro, com uma voz pomposa que chega, algumas vezes, a soar ridícula. Ele mesmo aparece no game, vez ou outra, e diz aos quatro ventos que não é um vampiro, mesmo sem ninguém ter perguntado isto. Algumas situações no mínimo estranhas acontecem envolvendo este fato, as quais são dignas de muitas gargalhadas. O tal do Vlad ajuda você algumas vezes, também. Mas ele também pode te deixar em apuros.

Ele simplesmente “pede pra sair” dando as desculpas mais esfarrapadas que existem. Portanto, não conte muito com ele. Dê, isto sim, muitas gargalhadas com este vampiro mago. Ria, também, com os Goblins “tirando um barato da sua cara”, soltando sonoros: “nã nã nã nã nã nãããã”. A parte “central”, digamos, do gameplay, é a conjuração dos elementos. Existem 8 elementos à sua disposição, os quais estão atribuídos, cada um, a uma tecla. Isto pode ser facilmente visualizado no canto inferior esquerdo da tela. Os elementos são: Arcane, Lightning, Life, Cold, Fire, Earth, Shield e Water. As combinações são fantásticas e variadíssimas, e é possível combinar-se até 5 elementos diferentes, obtendo-se assim, é claro, resultados diferentes. Algumas combinações formam magias específicas que você pode consultar em sua lista de magias, e alguns elementos são opostos, o que significa que um anula o outro.
Também existe uma questão muito importante em relação à conjuração e à “força” da “rajada” subsequente. Quanto mais elementos de um mesmo tipo você conjurar, mais forte ficará o “disparo”. E se você conjurar tudo isto em conjunto com o elemento Arcane, você poderá lançar uma espécie de raio, o qual poderá ser direcionado contra o inimigo de forma muito mais precisa. Todos os elementos conjurados e/ou magias podem ser lançados da maneira normal ou com a utilização do elemento Arcane, conforme expliquei acima. Eles também podem ser lançados como uma espécie de “círculo protetor”, ao redor do protagonista. Isto é muito útil quando você está cercado de inimigos, por exemplo. Conjurando os elementos Arcane e Shield, por exemplo, você “planta” minas que explodem tão logo um inimigo (ou você, acidentalmente), passe por cima das mesmas. A conjuração dos elementos Water + Fire permite que você dispare um jato de vapor. Earth + fogo permite que você lance bolas de fogo extremamente destrutivas. Earth + Water, permite a utilização de jatos d’água. Earth + Cold, possibilita o lançamento de bolas de gelo.

A infinidade de possibilidades aqui é tremenda, lembrando sempre que mais de um elemento pode ser combinado. Experimente conjurar Shield + Water para ver uma bonita barreira de núvens despejando uma bela chuva logo à sua frente. Lembre-se de que qualquer elemento pode ser lançado contra o próprio protagonista. Ao se molhar, por exemplo, algo contra-indicado aos magos, você pode disparar em si próprio uma rápida rajada de fogo. O elemento Life serve para cura: só tome cuidado para não curar seus inimigos, hein? Não pense, entretanto, que Magicka é um game fácil, pelo menos no modo singleplayer. Muitas vezes você se vê cercado por tantos inimigos, das mais variadas raças, que fica difícil até mesmo enxergar a sua barra de energia. Nestes momentos, o lançamento de magias no “padrão circular” pode ser uma boa saída, para você recuperar o fôlego. Não se esqueça também de utilizar com frequência o elemento Life em si mesmo.
Cada fase em Magicka termina com uma batalha contra um chefão. Aqui, você precisa simplesmente detectar o ponto fraco de cada um deles e explorar o mesmo, até destruir a criatura. Durante o gameplay você pode encontrar e coletar diversos livros que lhe ensinam novas magias. Na verdade, você pode até mesmo descobrir uma magia acidentalmente, pois o que tais livros contêm nada mais é do que a combinação necessária de elementos. Você nem precisa acessá-los, quando for utilizar a tal magia, caso já tenha decorado os elementos necessários para a criação da mesma. O game é divertido e conta com gráficos bonitos. Durante sua viagem por florestas repletas de criaturas mágicas você pode observar a vegetação e as folhas das árvores balançando ao sabor do vento, bem como os raios do sól se imiscuindo por entre as folhas das árvores. Você cruza o caminho de rios, e pode ter de, até mesmo, congelar trechos de tais rios para poder passar sobre eles.

Um dos grandes problemas de Magicka, entretanto, está ligado aos savepoints. O game contém savepoints suficientes para um gameplay livre de problemas. O grande problema é que caso você pare de jogar, ou seja, finalize o game, ao retornar, voltará para o início da fase, independentemente de qualquer coisa. Isto já não ocorre no modo multiplayer, entretanto. Espero sinceramente que a Arrowhead dê um “jeito” nesta parte. Muita atenção é necessária ao se jogar este belíssimo título da Arrowhead Game Studios, vale sempre ressaltar. Em determinados momentos, você pode (ou melhor, deve) observar quais elementos foram conjurados por determinado inimigo que possua esta capacidade, e utilizar esta informação a seu favor. Você deve também ter sempre em mente, e até mesmo decorar, quais combinações surtem melhores efeitos contra quais inimigos. Avançar aos poucos é uma boa estratégia, se você utilizar muita astúcia.
Para treinar suas habilidades, existe também um modo de jogo chamado “Challenges”. Aqui, você entra em uma arena e deve enfrentar uma horda de inimigos após a outra, treinando suas habilidades na “mistura” dos elementos e na resposta rápida que o game frequentemente requer.

Magicka é um dos melhores games lançados no início de 2011. Representa algo novo e instigante. Sua proposta é bastante inovadora, e a mistura de jogabilidade simples com a enorme variedade de combinações de elementos que o jogador pode realizar faz do título uma verdadeira obra prima.