Foto - Fonte das Informações: AFP - G1
Um ano se passou desde que Hosni Mubarak, ex-presidente do Egito, sofreu as pressões da Revolta Árabe e renunciou ao cargo que ocupava desde 1981. Julgado pelo massacre de manifestantes durante o mês de janeiro de 2011, Mubarak foi considerado culpado e sentenciado a prisão perpétua.
A sentença foi lida pelo juiz Ahmed Refaat neste sábado (2), e além de Mubarak, o ex-ministro do Interior, Habib al-Adli, também foi condenado à prisão perpétua. Em outros crimes, que o ex-presidente e seus filhos eram julgados, foram absolvidos.
A condenação de Hosni Mubarak foi comemorada pelos egípcios, que desde agosto acompanhavam o julgamento mais aguardado do século XXI. Ao longo de 49 sessões, foram totalizadas 250 horas de um processo que teve mais de 60 mil páginas.
Na manhã de sábado (madrugada no Brasil), Hosni Mubarak foi levado do hospital em que estava internado à Academia de Polícia, onde foi lida a sentença. O ex-chefe de Estado sofreu uma crise cardíaca ao chegar ao local onde seria julgado e precisou escutar a sentença deitado em uma maca.
Centenas de policiais trabalharam na segurança das proximidades da sede do tribunal e também dos lugares escolhidos por manifestantes e simpatizantes que protestavam. A paz que se instalou pela capital, Cairo, chegou ao fim quando os filhos de Mubarak e funcionários do Ministério do Interior foram absolvidos.
Advogados e parentes de vítimas pediam justiça, enquanto algumas pessoas diziam que o ex-presidente deveria ser executado, assim como foram as diversas vítimas fatais da revolta. Alguns diziam inclusive que Mubarak será perdoado caso Ahmad Shafiq, que busca a presidência na eleição dos próximos dias 16 e 17, seja eleito, já que Shafiq fazia parte do governo do ex-ditador.
O juiz Ahmed Rifaat disse em relação a ditadura de Mubarak: “Trinta anos de uma negra, negra, negra escuridão, a escuridão de um inverno amargo. A revolta deu uma nova aurora ao Egito”.

Protestos em 2011
Após a queda de Zine El Abidine Bem Ali, chefe de Estado da Tunísia, tiveram início diversos protestos que acabou resultando na renúncia de Hosni Mubarak, que durante quase três décadas esteve a frente de um dos países mais ricos da região. O ditador deixou o cargo em 11 de fevereiro de 2011, passando o governo para uma Junta Militar.
Em novembro do mesmo ano, os protestos voltaram a acontecer. Os manifestantes pediam agora a derrubada da Junta Militar. Em alguns dias de protestos, diversos egípcios perderam a vida e mais de 750 pessoas ficaram feridas. A Junta Militar continua no poder até que tenha o resultado das eleições que acontece nas próximas semanas.

Hosni Mubarak
Muhammad Hosni Said Mubarak nasceu em 4 de maio de 1928, na província de Monufia, e teve grande participação na ramo militar, sendo nomeado marechal em 1974, após um grande desempenho em uma guerra contra Israel. Assumiu a presidência do país quando o então presidente, Anwar el-SadatPrêmio Nobel da Paz de 1978 - foi assassinado em 1981. Mubarak foi reeleito presidente em quatro oportunidades e ao longo de trinta anos, aumentou a relação do Egito com outros países, sobretudo árabes.
Estima-se que a fortuna da família Mubarak chegue a US$ 50 bilhões e US$70 bilhões, e foi esse um dos motivos da revolta, já que o desemprego no Egito alcançou números extremos, ao mesmo tempo em que, devido a corrupção, a fortuna de seu líder aumentava.