Após o título Europeu em 2008 e o Mundial de 2010, a seleção da Espanha era a grande favorita para conquistar o título da Eurocopa 2012, realizada entre os dias 8 de junho e 1 julho na Ucrânia e na Polônia. Disputou cinco partidas antes da final, mostrando sempre a qualidade que encantou o mundo nos últimos quatro anos e para concluir com mérito sua participação na competição, enfrentou a tetracampeã do mundo, Itália, e aplicou uma goleada histórica: 4 a 0.
Em abril de 2007 ficou decidido que os dois países sediariam a competição, desbancando a Itália, que pretendia ser a única sede. Já em 2010, foram sorteados os grupos das Eliminatórias, que decidiram as 16 equipes classificadas para a competição, incluindo as duas sedes.
A Espanha, que se consagrou campeã da Euro2012, participou da primeira fase no mesmo grupo de Itália, Croácia e Irlanda, estreando contra a tetracampeã do mundo. Em um jogo disputado, Di Natale abriu o placar para a seleção italiana aos 16 minutos do segundo tempo, mas três minutos mais tarde a Espanha empatou com Fàbregas e com esse empate as duas seleções marcaram seus primeiros pontos. Já na segunda rodada, a seleção comandada por Vicente del Bosque passou fácil pela Irlanda, com dois gols de Fernando Torres e um de David Silva e Fàbregas. Com esse resultado a seleção irlandesa foi eliminada da competição e enfrentou, na terceira rodada, a Itália, apenas para cumprir tabela e saiu com uma derrota por 2 a 0, sendo que a seleção italiana apenas empatou na segunda rodada contra a Croácia. Contra a própria Croácia, a seleção sensação dos últimos anos sofreu para vencer por apenas um gol de Jesús Navas, feito nos últimos minutos do segundo tempo. Com esses resultados, Espanha e Itália cumpriram o que estava previsto e se classificaram em primeiro e segundo lugar respectivamente.
Nas quartas-de-final, a Espanha enfrentou a França, campeã do mundo em 1998. Sendo superior em grande parte da partida, a seleção espanhola fez dois gols e tentou em grande parte do jogo passar pela defesa francesa, que jogou apenas para se defender e não assustou a futura campeã em nenhum momento.
O jogo mais difícil para a equipe de del Bosque foi na semifinal, quando enfrentou a seleção de Portugal. Todos esperavam por essa partida, que marcaria o encontro da melhor seleção, contra Cristiano Ronaldo, considerado por muitos o melhor da atualidade. Ao contrário do que a escalação poderia sugerir, a seleção portuguesa pressionou o time adversário e conseguiu arrancar um empate sem gols no tempo normal e também na prorrogação, levando o jogo para as penalidades. O espanhol Xabi Alonso e os portugueses João Moutinho e Bruno Alves desperdiçaram suas cobranças e com isso a Espanha se classificou para sua segunda final consecutiva.
Ninguém esperava que a Itália chegasse a final. Após o fracasso na última Copa do Mundo, quando não passou da primeira fase, a opinião dos críticos esportivos era a mesma: o futebol italiano não é mais o mesmo. Enfrentando alguns problemas dentro e fora de campo, a seleção do técnico Cesare Prandelli estava totalmente desacreditada, mas surpreendeu quando passou pela Inglaterra nas quartas-de-finais, que foi decidida nos pênaltis, mas que a superioridade da Azzurra foi imensa. Na semifinal, tinha uma importante partida contra a Alemanha, que tentava o seu quarto título, e mais uma vez surpreendeu, quando brilhou a estrela do atacante Mário Balotelli, autor de dois gols.
Se tratando da segunda seleção mais vezes campeã do mundo, todos podiam esperar um bom jogo, onde a Espanha não teria facilidade, assim como aconteceu na primeira rodada da competição. Mas o futebol é uma verdadeira caixinha de surpresas e ao contrário das apostas, a Itália não se encontrou em campo. Balotelli, que havia prometido converter quatro gols, passou em branco, enquanto a Espanha construiu o mesmo resultado da partida contra a Irlanda.
No início da partida, a Fúria, como é conhecida, jogou o seu melhor futebol, tocando e buscando uma forma de chegar ao gol de Buffon. Enquanto isso, a Azzurra marcava bem os jogadores adversários e conseguia construir boas jogadas, porém não chegavam ao gol do goleiro Cassilas. Ainda que a Itália tivesse com posse de bola maior, foi a seleção espanhola que teve as maiores chances de gol, até que balançou as redes aos 14 minutos do primeiro tempo. Em jogada iniciada por Iniesta, Fàbregas cruzou na área na cabeça de David Silva, que com toque marcou o primeiro gol da goleada.
A Itália ainda tentou o empate e chegou perto de conseguir após uma boa jogada de Cassano, mas foi a Espanha que balançou a rede novamente. Aproveitando um chutão do goleiro Cassilas, Jordi Alba e Xavi fizeram uma bela jogada e o lateral recebeu na entrada da área, aproveitando a saída do goleiro italiano. Com isso, a Espanha fez seu segundo gol e colocou uma mão na taça, mesmo faltando todo o segundo tempo pela frente.
Os últimos 45 minutos da Euro2012 foram totalmente atípicos. Os jogadores italianos já demonstravam o desanimo, enquanto os espanhóis aproveitavam disso para tentar ampliar o placar. Mesmo dominando a partida, o terceiro gol demorou a sair e foi dos pés de Fernando Torres, que entrou na segunda etapa. Após outra boa jogada de Xavi, o jogador do Barcelona enfiou para Torres, campeão da Liga dos Campeões vencida pelo Chelsea (Imagem da Semana 72#), que marcou o terceiro, faltando seis minutos para o término da partida.
A vitória estava garantida, até mesmo para os torcedores italianos mais esperançosos, mas os espanhóis queriam mais e quatro minutos depois, em nova participação de Fernando Torres, o atacante tocou para Juan Mata, que consolidou o quarto gol e tornou esse o placar mais elástico em uma final da história da Eurocopa.
O título chegou da forma que todos esperavam, com a seleção jogando no estilo Barcelona. Com isso, a Espanha passa a ser a primeira na história a conquistar o bicampeonato europeu e iguala a Alemanha em número títulos: três. Como a Espanha já tinha a vaga por ser a atual campeã mundial, mesmo com o vice a Itália será a representante da Europa na Copa das Confederações em 2013, que acontece no próximo mês de junho, no Brasil.
A partir de hoje, mais do que nunca, começa a contagem regressiva para o evento que será sediado por nosso país e que até o momento já tem sete seleções classificadas: Brasil, Espanha, Japão, México, Uruguai, Taiti e Itália, sendo que o representante africano será definido na Copa das Nações Africanas que acontece em fevereiro do próximo ano.