“Não era apenas o poeta maior, era o guia. Todos queriam ser como Vinicius, amar e ser amado como Vinicius, beber como Vinicius”, disse Luiz Nassif sobre Vinicius de Moraes, um dos maiores poetas brasileiros e que faleceu no Rio de Janeiro em 09 de julho de 1980.
Filho de músicos, Vinicius de Moraes nasceu na Gávea em 19 de outubro de 1913, mas iniciou seus estudos em Botafogo, bairro para onde se mudou com apenas três anos. Ainda no colégio, demonstrou interesse pela poesia e anos mais tarde, também iniciou sua vida na música e no teatro.
Após anos de estudo e uma tentativa frustrada, passou no concurso do Ministério das Relações Exteriores em sua segunda tentativa e assim trabalhou como diplomata em Los Angeles, Paris e Roma, ao mesmo tempo em que se dedicava para as diversas áreas artísticas em que ficou conhecido ao longo de sua vida.
Como escritor, o primeiro livro de Vinicius foi O Caminho para a Distância, que mais tarde recebeu o nome de O Sentimento do Sublime. Publicado originalmente em 1933, o livro tem influência de outros grandes nomes da poesia, como o chileno Pablo Neruda, e marca o início de um estilo único de poetizar, que continuaria até uma mudança de estilo na década seguinte.
Ainda na década de 30, o poeta teve outras obras publicadas e canções gravadas, como também conheceu poetas que tiveram importância em sua vida, como Manuel Bandeira e Mário de Andrade (Imortais da Literatura) .
No teatro, ficou conhecido pela peça baseada no drama da mitologia de Orfeu e Eurídice, e intitulada Orfeu da Conceição, em meados da década de 50. Foi também nessa época que seu trabalho na música passou a ser prestigiado e suas composições foram gravadas por diversos músicos. Cerca de 60 composições foram gravadas na era de ouro da MPB, quando Vinicius conheceu um dos seus maiores parceiros: Tom Jobim (Majestades Eternas), que participou da criação da trilha sonora de Orfeu da Conceição, que mais tarde seria adaptada ao cinema.
Apesar de já ter suas composições gravadas, o nome de Vinicius de Moraes seria reconhecido pela música no final da década de 50 e início da década seguinte, quando a bossa nova começava a se tornar um dos maiores movimentos musicais do Brasil. Nomes como Elizeth Cardoso, João Gilberto e Agnaldo Rayol gravaram composições do poeta. Vinicius também se arriscaria como cantor e gravou algumas de suas músicas, como é o caso de Água para Beber e Lamento no Morro.
Ao longo dos anos, Vinicius continuou seus trabalhos na música e também na poesia, fazendo parceria com diversos músicos, como é o caso de Toquinho, com quem compôs diversos clássicos.
Vinicius de Moraes faleceu no dia 09 de julho de 1980, após passar mal na banheira de sua casa, na Gávea. Mas sua vida e obra jamais foram esquecidas e homenagens não faltaram a esse grande gênio das palavras. Poetinha, como ficou conhecido, teve mais de 10 livros lançados, seis peças de teatro e compôs dezenas de canções em parceria com os mais variados nomes e assim se tornou um imortal. Um Imortal da Literatura. Uma Majestade Eterna da música.

“Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!” – Vinicius de Moraes.

Vinicius de Moraes - 19/10/1913 - 09/07/1980