Bojabi: A árvore mágica, Dianne Hofmeyr, ilustrações de Piet Grobler, tradução de Carolina Maluf, 1ª edição, São Paulo-SP: Biruta, 2013, 26 páginas.
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Essa é uma resenha diferente. Apesar da dificuldade de falar sobre livros infantis, poderia me esforçar para escrever uma resenha tradicional, em que destacasse os pontos positivos e negativos da obra. No entanto, ela trouxe uma experiência inesquecível e consequentemente isso me obriga a dividir com meus leitores o quão delicioso pode ser transmitir o gosto pela leitura aos mais jovens.

A escolha por Bojabi: A árvore mágica foi com uma única intenção: atender uma escola que me convidou para contar histórias aos alunos do primeiro ano do ensino fundamental. Em um primeiro momento isso poderia ser apenas uma visita a uma escola, porém o que aconteceu superou as expectativas e sai renovado do meu encontro com os alunos, em parte pelo carinho que os pequenos sempre demonstram e também por perceber o encanto dos mesmos com as histórias de um modo geral.

Em seu livro, a sul-africana Dianne Hofmeyr conta uma das versões de uma história muito conhecida na África, narrando a aventura de alguns animais que tentam a todo custo se aproximar de uma árvore mágica carregada de frutos vermelhos e maduros que exalam o aroma das mais doces mangas, que são gordos como melões e suculentos como tâmaras. O problema é que uma píton está enrolada em volta do tronco, dizendo que sairá de lá apenas quando os animais descobrirem o nome da árvore mágica.

A partir daí fica óbvio o desenvolvimento do enredo, que como em todo livro infantil se dá através de pouquíssimas páginas e tem como diferencial a maneira divertida com quem chega ao seu desfecho, explorando rimas e nomes estranhíssimos. E aí que está onde queria chegar desde o início: contar essa história não foi apenas contar uma história qualquer, mas serviu para mostrar aos alunos como a leitura pode ser acima de tudo divertida e prazerosa. Nos poucos minutos em que ficamos juntos, pude ver o brilho no olhar de cada criança que achava graça nas atrapalhadas dos animais ou se espantava ao notar, nas belíssimas ilustrações de Piet Grobler, o incrível tamanho da serpente píton.

Porém a grande surpresa não poderia ser outra que não a esperteza dessas mesmas crianças que não deixaram de notar, por exemplo, que uma das personagens não teve participação no enredo como era de se imaginar. Isso bastou para aproveitar dessa história tão simples para fazer um paralelo com alguns clichês (memória de elefante… Será?!) e lembrar outras histórias infantis muito conhecidas, transformando aquele momento mágico em algo ainda mais especial.

Assim, mesmo sem ser um legítimo contador de histórias, espalhei a doçura dos frutos da árvore Bojabi e divulguei uma história conhecidíssima além-mar, garantindo que essas crianças jamais se esqueçam do nome dessa árvore mágica: Bojabi… Bojabi… Bojabi
“Há muito tempo, um vento seco soprava sobre as planícies da África. Nenhuma chuva caía. A grama murchava. Árvores morriam. A terra secava como se fosse um pedaço velho de couro. O Elefante, a Girafa, a Zebra, o Macaco e a Tartaruga arrastavam-se pela terra rachada procurando qualquer migalha que pudessem comer” (pág. 03).

3 Comentários

  1. Rick do céu, pelos deuses literários (fala sua),que vontade de ler esse livro infantil. Apesar de não ter tantas oportunidades para ler esse tipo de livro sou apaixonada por esse gênero. E sua resenha, sua experiência me empolgou muito para conhecer esse escrito...

    Obrigada pelo escrito.

    Beijos!

    Madu

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  2. A arte da capa é nostálgica, lembra muito os livros que lia na escola.

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  3. Olá Ricardo!
    Que resenha diferente, se é que pode se chamar assim. Tão bom poder ter momentos legais com as crianças.
    Todos os sábados tenho esses momentos. Mesmo que me estresse um pouco de vez em quando.
    Beijos!

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