Baseado: “Édipo Rei”, de Sófocles
Direção: Véto Nicolau
Duração: 50 minutos
Gênero: Drama
Apresentação: 08 de julho de 2016
La Profecia é baseada na história de Édipo Rei, onde um rapaz mata seu próprio pai, casa com sua mãe e, se não bastasse, com ela tem três filhos. Depois, para se castigar, fura os próprios olhos.
A peça é uma junção de cenas de sombra com o real, proporcionando assim um novo estilo de espetáculo para todo o público que sem dúvida vai se surpreender com as cenas e efeitos criados. A peça é feita com cenário e figurino completamente neutros, onde o principal é manter o foco no ator e com ele cativar a plateia.
No clima dos Jogos Olímpicos, começo esse texto reforçando a máxima de que em uma competição vale tudo para se sagrar campeão. O grande problema é que ao assumir um risco, muitos competidores podem acabar enfrentando grandes consequências e isso foi exatamente o que aconteceu com a Cia. Trupeçar ao participar, em julho, do I Prêmio AATA de Teatro Amador.
Ao meu ver um dos principais erros do grupo foi ao construir a sinopse oficial de La Profecia, que não apenas entrega de bandeja toda a história, como também cria expectativas em relação a promessa de um jogo de sombras que visa cativar a plateia. Mas um erro ainda mais significativo foi na apresentação em questão, quando o grupo assumiu o risco de levar o público para cima do palco e com isso foi obrigado a encarar a consequência de escancarar os acertos e principalmente as falhas.
A explicação para isso é muito simples: pelo público estar no palco junto com o elenco, há poucos metros de toda a encenação e da própria produção do espetáculo, qualquer mínimo detalhe não passa despercebido. Um ruído qualquer na coxia ou um objeto cênico fora de contexto acaba se transformando em uma grande catástrofe e qualquer boa ideia corre o risco de não funcionar como funcionaria com uma relativa distância.