Qualquer Gato Vira-Lata
Resenha: Baseado na peça Qualquer
gato vira-lata tem a vida sexual mais sadia que a nossa, de Juca de Oliveira, Qualquer
Gato Vira-Lata, apesar das inúmeras críticas negativas, é um ótimo filme e que
vale a pena ser assistido.
Tudo começa em mais um dos
dias em que Tati (Cléo Pires) passa horas se arrumando para encontrar com o
namorado Marcelo (Dudu Azevedo), que está fazendo aniversário. Quando Tati
chega no bar onde iria encontrar com o namorado, o vê dando em cima de outra
mulher. Eles acabam discutindo, e dando um tempo no relacionamento, Tati então
entra em uma universidade em desespero, e enquanto chora pelo término do namoro
escuta uma aula do professor de biologia evolutiva Conrado (Malvino Salvador). Segundo
Conrado, as mulheres estão fazendo errado quando vão em cima dos homens, já que
em toda a história, a fêmea espera o momento certo de ficar com o macho. A
teoria polêmica de Conrado acaba irritando Tati, porém ela acredita ser a tese
do professor, e se disponibiliza para ser a cobaia das pesquisas de Conrado,
que aos poucos vai ensinando para Tati como ela deveria se comportar com o fim
do relacionamento. Ver sua ex-namorada
com outro, deixa o mimado e mulherengo Marcelo enciumado, e ele passa a insistir em procura-la, tentando reatar o
relacionamento, mas no seu caminho terá Conrado, que no inicio é apenas um professor, porém aos poucos...
Os personagens de Qualquer
Gato Vira-Lata são totalmente opostos, e os atores foram muito bem escolhidos,
exceto um: Malvino Salvador. A maioria dos papéis feitos por Malvino são mais
soltos do que Conrado, que é um professor todo atrapalhado. Conrado é muito
sério para ser interpretado por Malvino. Já Cléo Pires, como sempre, está linda
e ainda consegue tirar boas risadas ao longo do filme, o que também acontece
com Álamo Facó, no papel do melhor amigo de Marcelo, Magrão, que é aquele cara que
faz piadas nas horas mais impróprias e quando precisa não está lá para ajudar.
Já a personagem Marcelo parece ter sido feita para Dudu Azevedo. Os dois
parecem ter tudo a ver.
O que eu não vi em
Qualquer Gato Vira-Lara, e que me surpreendeu positivamente, foi a falta da
vulgaridade nas piadas. São piadas simples, porém com um toque humorístico
muito bem trabalhado e inteligente. Impossível não rir com atrapalhadas de
Conrado, e com ele insistindo para Olga (Rita Guedes) sua ex-esposa, que o nome
de seu cachorro é Charles Darwin e não Charles Chaplin; ou ainda com a maçaneta
de seu velho e podre carro saindo em sua mão. Ri tanta quanto assistindo as
simples trapalhadas de Chaves e sua turma.
A trilha sonora do filme
também é muito bem trabalha, apesar da quantidade exagerada de canções da Mallu
Magalhães. Concordo que ela canta muito bem, mas três (e uma composta em
conjunto) em único filme é meio demais. Destaque ainda para Homem Primata dos
Titãs e He Can Only Hold Her de Amy Hinehouse.
Não poderia deixar de
citar o bem bolado trabalho do diretor Tomás Portella, que logo no inicio faz
em enquadramento de câmeras mostrando o desespero da personagem principal em escolher
uma roupa apropriada para seu encontro. Todas as mulheres que assistiram dizem ser exatamente aquilo que acontece quando elas estão a procura da roupa perfeita para um encontro.
Quando o filme foi
lançado, alguns meses atrás, li algumas críticas negativas do filme, e por
isso, tive receio de assistir mais uma comédia romântica nacional, e perceber
no final que perdi meu tempo, no entanto, isso não acontece com Qualquer Gato
Vira-Lata. Achei um filme interessantíssimo, e dei diversas gargalhadas do
inicio ao fim. Arrisco a dizer que é a melhor comédia romântica que assisti no
ano, mas entre todas as nacionais que já assisti, fica longe de O Casamento de Romeu e Julieta, que supera a tudo. Como disse no inicio, é um filme
recomendadíssimo, e muito bom para assistir ao lado de uma boa companhia.