Alguns autores marcam seu nome na história por alguns livros. Outros por personagens inesquecíveis. E tem aqueles que ainda são considerados únicos por ter um estilo de escrita característico, o que agrada na maioria das vezes, grande parte dos leitores do mundo todo. Existem algumas exceções, das quais possuem todas as características acima, é o caso de Agatha Mary Clarrisa, a querida e inesquecível Agatha Christie, Dama do Crime que nos deixou há exatos 36 anos, mas que continua conquistando fãs até os dias de hoje.
Nascida em 15 de setembro de 1890, em Torquay, cidade às margens do Canal da Mancha, Agatha era a terceira filha de um rico americano, que passava grande parte do tempo viajando, e de uma tímida mulher de quem Agatha herdou grande parte de sua personalidade. Agatha mudaria para a França com apenas 6 anos, mas antes disso ela já sabia a ler e escrever, isso pois os pais resolveram que ela receberia uma educação especial.
No ano de 1912, conheceu o piloto Coronel Archibald Christie, com quem se casaria em dezembro de 1914, e usaria o sobrenome do marido em suas futuras publicações. Enquanto Archibald serviu na Primeira Guerra Mundial, Agatha Christie trabalharia em hospitais, o que contribuiu e muito para suas obras.
Sua primeira publicação foi o livro O Misterioso Caso de Styles (resenha), lançado em 1920, onde a autora nos apresenta um dos maiores detetives da história da literatura policial: Hercule Poirot. No livro, narrado por Hastings, amigo de Poirot e personagem importante em diversos livros, o detetive belga investiga a morte da proprietária da mansão Styles, e já nos mostra o motivo da autora ter se tornado a Dama do Crime.
Dois anos mais tarde, Agatha Christie passou a publicar ao menos um livro por ano, e assim continuaria até o ano de sua morte, mas o grande momento da carreira se daria em 1926, quando lançou O Assassinato de Roger Ackroyd (resenha), um dos melhores e mais criativos livros da história. Para os amantes do gênero, é uma leitura indispensável.
Além de lançar seu Magnus Opus, o ano reservaria diversas surpresas para a Agatha Christie, entre elas, a perda da mãe e um caso de seu primeiro marido, que queria viver com sua amante. Com toda essa pressão, a autora resolve sair de casa, e no dia seguinte seu carro é encontrado em um barranco, com todos os pertences da autora, e com ela desaparecida.
Seu desaparecimento movimentou a todos, sendo inclusive usado aviões na busca da Dama do Crime. Agatha seria encontrada apenas 11 dias depois, em um hotel da cidade de Harrogate. Ela ficou hospedada durante todo esse tempo com um nome falso e foi encontrada por um músico, que reivindicou a recompensa de £100 prometida para quem informasse sobre o desaparecimento da autora.
Com o escândalo resolvido e ainda casada com seu primeiro marido, Christie lançou outros quatro livros até o fim da década de 20, entre eles O Mistério do Trem Azul (resenha) e O Mistério dos Sete Relógios (resenha). Após se divorciar definitivamente em 1928, casou-se dois anos mais tarde, com Max Mallowan, porém continuou assinando suas obras com o sobrenome do primeiro marido.
Ainda na década de 30, lançaria diversos romances e coletânea de contos, mas seu maior sucesso dessa época é o livro Assassinato no Expresso Oriente, diversas vezes adaptado ao cinema, rendendo inclusive o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante a Ingrid Bergman, que interpretou a personagem Greta Ohlssom.
Além de grandes livros, como já havia dito, personagens marcantes foram criados pela inglesa: Hercule Poirot, detetive belga e com características únicas, bem como seu amigo Hastings; a simpática e espetacular Miss Jane Marple, uma solteirona que esteve presente em 12 romances e 20 contos; o casal Tommy e Tuppence; o detetive Parker Pyne, entre outros, são personagens cativantes e que estão gravados eternamente na memória dos leitores, assim como a criadora.
Em 50 anos de carreira, Agatha Christie escreveu mais de 80 livros, entre romances, contos e até mesmo peças de teatro, e se tornou assim uma verdadeira lenda da literatura policial. Sua importância também se confirmou, quando em 1971 tornou-se Dama da Ordem do Império Britânico.
O mundo da literatura policial perderia um de seus maiores nomes em 12 de Janeiro de 1976, quando uma pneumonia venceu aquela que criou desfechos inesperados e marcantes para suas histórias, contudo, Dame Agatha Christie jamais será esquecida, pois, além de suas histórias, já vendeu mais 4 bilhões de livros, ficando atrás apenas de William Shakespeare, e da Bíblia. A Duquesa da Morte é única e inesquecível, ela é uma Imortal da Literatura.
“A escrita é um grande conforto para pessoas como eu, que estão inseguros sobre si mesmos e têm dificuldade para expressar-se corretamente”. – Agatha Christie.
Agatha Christie - 15/09/1890 - 12/01/1976

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